sexta-feira, 19 de abril de 2013

COBRANÇA



Ontem não fiz minha caminhada matinal e, portanto, minhas pernas não me levaram à post. Na verdade não foi só por isto, meus afazeres entre eles pajear Noninha e visitar parentes me impediu de registrar minhas conjecturas do dia.

Só que fiquei matutando em PENALTE. Quem sofreu a penalidade e quem vai cobrá-la? Somos nós, que dentro da área, deixamos de cumprir com inúmeros deveres cívicos e produzimos um lance de alto risco para o adversário? Ou foi o adversário que, de forma violenta, quer tirar de nós a alegria de comemorarmos o dia do Patriotismo?

Vamos cobrar a falta máxima de forma exemplar identificando e punindo perpetuamente nosso adversário? Ou será ele que cobra literalmente que façamos algo que lhe impeça de ser o que lhe restava que fosse?

O campeonato cada dia fica mais violento.

Temo apenas que os infratores não sejam americanos e que suas causas não sejam domésticas (como suas bombas). Temo apenas que não sejam jovens que não foram bem no teste de matemática, ou que brigaram com namoradas, ou que estavam querendo chamar atenção para si próprios porque estão numa fase de autoafirmação diante de seus coleguinhas de turma.

Temo que não sejam americanos natos. Temo que não sejam banais, os seus motivos.

Temo que vistam outra camisa que não seja aquela que represente as cores da América do Norte. Temo que as razões sejam justificáveis, olhando pelo prisma do adversário.

Caso não sejam americanos temo como seremos tratados por eles se forem brasileiros os infratores. E se forem brasileiros e quiserem trazer como motivo o que se passa nos porões de seu país estrelado. Temo por isto e por mais.

E se forem sírios ou colombianos ou mexicanos ou italianos ou franceses ou outros quaisquer de outras camisas que queiram direta e barbaramente chamar atenção não só do Estado, mas e, sobretudo, da própria Sociedade cobrando a falta pela via do inocentídio (a palavra não existe, criei face aos acontecimentos: assassinatos sumários de inocentes).

O campeonato ficará ainda mais violento.

Creio apenas que não foi para este espetáculo que fomos concebidos, ou então, é falsa nossa naturalidade. É passada a hora de termos coragem de rever nossos conceitos, nossas crenças, nossos valores. Não creio que isto se dará coletivamente, creio sim que seja possível em cada um, começando comigo próprio e contigo se assim o quiser.

No fundo, por tudo isto, temo especialmente por Noninha, que já começa a aprender e a repetir gestos trazidos pelos adultos. 


Até breve.

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