sexta-feira, 29 de abril de 2022

FRISSON



Paixão cega, mas é bom. Não ver, com gozo, qual o problema? Não é o que importa, a satisfação?

Leio com interesse e atenção tudo o que me surge à frente relacionado ao campo das relações. Gosto às pampas de gente. A vida toda estive olhando para o tema.

Em diferentes cenas a figura humana me excita. Acho o maior barato, o bicho.

Agora, de uns tempos pra cá, especialmente. A infernet permitiu que as relações fossem mais amplas. Tudo rola na rede.

Eu deliraria ser possível acompanhar mais de perto a imensa corrente de paixões do tempo presente. Ocorre que eu tenho outros afazeres, movidos por paixões mais desimportantes. Fazer um tablet de madeira pra Lelê, por exemplo.

No entanto, confesso que 2022 está me proporcionando um vasto campo de “estudo” do bicho e, por força disto, às vezes me pego às gargalhadas e outras vezes em estado de torpor.

As paixões estão agudas, cegas por demais.

Na minha juventude como desenvolvedor de gente usei a Análise Transacional. A Análise Transacional é uma teoria psicológica que se propõe a estudar o comportamento humano, compreendendo a personalidade enquanto um sistema biopsicossocial aberto e dinâmico, que considera os aspectos individuais, interpessoais e grupais como parte essencial deste sistema.

Essa teoria foi criada por um psiquiatra canadense chamado Eric Berne que nasceu em 1910, em Montreal, e morreu em 1970 na Califórnia, EUA. Berne era judeu, filho de um médico e uma escritora.

Mais? Se sua paixão te levar, pesquise.

Resumindo, ela coloca as relações na perspectiva de três “papeis”: o perseguidor, a vítima e o salvador. Não é legal? Sei que você já está dando tratos-à-bola, dada à simplicidade da coisa.

Então, por exemplo: a vítima, somos nós (a sociedade e o povo); o perseguidor (é ele) e o salvador (é o nosso). Ficou mais legal ainda?

Ah, sim, no tempo presente há no centro da trama aqueles que se locupletam e que, de tão potente, é chamado de centrão. E é aquele que toca a dança, com uma lira e outros pastores fiéis e muito bem (secretamente) agraciados.

Brinquem com a técnica lendo os posts dos amigos e, se conseguirem se enxergar, brinquem consigo mesmos e percebam quanto estão energizados pela paixão, ainda que cega.

Pode ser, quem sabe, um outro gozo.

Até que nos seja possível.


Até breve.

sábado, 23 de abril de 2022

ARTESANIAS

 


- Vovô, sabe o que eu queria que você fizesse pra mim?

- Não.

- Um tablet...

- Um tablet?!!!

- Sim, de madeira parecido com o celular que você fez pra Liz.


No final de semana passado fui levar o Totô na aula de equitação. Enquanto ele trotava saí, acompanhado por Lelê, a procurar pelos cantos da fazenda algum pedaço de madeira que me servisse a tablet. Subi numa pilha de tábuas em retalhos e de lá:


- Lelê, acho que esse pedaço pode servir.

- Traz aqui, deixa eu ver.


Com dificuldade desci da pilha levando um retalho de madeira.


- Essa não serve, vovô.

- Como não?

- Muito fina... Precisa ser mais larga.

- Ah, Lelê, vou levar essa mesma.

- Nem precisa, não quero que você faça o meu tablet com essa madeira.


Joguei o retalho de volta à pilha.


No carro, Lelê disse que no sítio nós acharíamos um pedaço “perfeito” para fazer o tablet.

Encontrei uma tábua e mostrei pra Lelê. Com a mãozinha como se serrasse ela disse:


- Agora você corta aqui, vovô.

- Não está grande?

- Eu quero deste tamanho.

- Eu acho que vai ficar grande.

- Corte, vovô.

Cortei, lixei a madeira e entreguei pra Lelê.

- Perfeito, vovô!


Peguei uma folha de papel, lápis e sentei a mesa com Lelê.

 

- Agora você faz um treino do desenho das teclas que você vai fazer no tablet.


Lelê, olhando na tela do meu IPhone, desenhou algumas das telas.


- Não gostei, vovô... Não ficou legal.

 

Disse a ela que eu ia dar um jeito. Tive a ideia de fazer um print do fundo de tela do meu celular com a foto dela e as teclas em primeiro plano.

Ela escolheu a foto:


- Quero esta por causa do tererê...


Na segunda-feira, perguntei à Lelê (pelo celular do pai) que cor que ela queria o tablet.


- Pode ser rosa, vovô.


Comprei rolo de papel contact, envolvi a madeira, imprimi a foto e colei revestindo-a com contact transparente.

Ontem, entreguei pra ela.


- Ficou lindo, vovô!!! Brigado.



quinta-feira, 21 de abril de 2022

ILHAS

 


 


Olho, com reservas, as questões nomeadas como “Identitarismo”, “Diversidade”, “Inclusão”.

Para Identitarismo, que o meu computador sublinha em vermelho porque não reconhece em seu vocabulário, encontro na WEB:

“O termo identitarismo, popularizado no Brasil a partir das eleições presidenciais de 2018, tem origem na expressão identity politics (políticas identitárias). Este conceito foi cunhado pelo Combahee River Collective, grupo feminista formado por negras e lésbicas em 1974. Estas mulheres uniram-se por não se sentirem representadas pelo movimento feminista, branco em sua quase totalidade.”

Pois é, ocorre que a expressão ampliou suas origens e cabe em inúmeras outras manifestações correlatas.

Diversidade e Inclusão, faz parte do grito contemporâneo por liberdades e divisão do bolo das riquezas produzidas.

Um dos afetos que mais admiro é a paixão que nos move em prol de nossas convicções e propósitos, quase sempre alinhados com outros em grupos, facções, partidos. Não seríamos, não fosse essa paixão. Como algas, nos emaranhamos, para construir.

Até aí entendo e louvo toda iniciativa solidária independente em que território manobra: político, sociocultural, religioso e tantas outros com manifestações de adeptos em todo o mundo.

Minha reserva está em quanto isto contribui (e de forma intensa), pela exacerbação e/ou por intenções perversas, com a ampliação, já tão extensa, das motivações que justifiquem (ainda que por fins legítimos) ações desproporcionais, segregadoras e, não raro, violentas.

Está assim desde sempre na História, mas hoje há dois fatores que amplificam exponencialmente os efeitos colarerais perversos desta “compartimentação social”: as redes sociais globais e o chamado “Mercado”.

As redes sociais turbinadas por tecnologia que disponibiliza TUDO com instantaneidade, portabilidade e acessibilidade dão “voz” à bilhões de pessoas em todo o mundo, impactando a sociedade como nunca.

Por outro lado, o Mercado, esta “descoberta” do moderno com seus tentáculos sobre o consumidor, fazendo destas “minorias exclusas”, maioria para a sua prospecção estratégica e crescimento exponencial de seus faturamentos e rentabilidade.

“Descobriu-se” que há muitos negros no país, assim como LGBTQIAPN+, e eles estão “estrelando” peças e peças publicitárias, para “incluir” seus “pares identitários” na moenda do consumo.

Perdoem-me por um texto tão denso. É que Inconfidência me fez pensar em John Lennon e lembrar de quando  eu era jovem e cantava IMAGINE a todos os pulmões na Praça Duque de Caxias.


Até breve.

terça-feira, 19 de abril de 2022

BÁLSAMO

 



Assim como Montaigne ou Yuval Harari, João é um cético. Cético não porque “não acredite”, mas porque se distancia para compreender. O pensamento sempre exigiu que aquele que se debruça sobre a realidade deva fazer um esforço imenso para que paixões não embacem as diversas facetas daquilo que analisa.

João sugere que esta seja a conduta do jornalista para responder à pergunta do “homem-comum” às sete horas da manhã quando ele assiste o jornal: Por que isto aconteceu?

Recebi como um alento a tese de João, quando opinou que é uma decisão dentro do espírito democrático não comparecer às eleições de 2022. Pessoalmente, eu nunca tive dúvidas disto, mesmo o voto sendo obrigatório.

Até porque é uma questão moral, como iluminou João, e só possível na iIdade Moderna.


Até breve.



ESCALAS

 

Fragmento do artigo de Eli Saslow, publicado hoje no THE WASHINGTON POST:

 

O míssil foi batizado de Minuteman III, e sua plataforma de lançamento foi instalada na propriedade dos Butchers na época da Guerra Fria, quando a Força Aérea pagou US$ 150 por 4 mil metros quadrados da terra da família enquanto instalava armas nucleares por todo o Oeste rural. Cerca de 400 daqueles mísseis continuam ativos e prontos para serem lançados em poucos segundos a partir de Montana, Wyoming, Dakota do Norte, Colorado e Nebraska. Os armamentos estão instalados em áreas de conservação de bisões e reservas indígenas. Ficam em localidades como uma floresta nacional, atrás de um estádio de rodeio, na mesma rua de uma pequena escola e dentro de dezenas de fazendas privadas, com a dos Butchers, que há 60 anos têm como vizinho mais próximo um míssil nuclear.

O armamento está enterrado em um local cercado por cercas metálicas, sob uma comporta de 110 toneladas feita de concreto e aço. O míssil tem 18,3 metros de comprimento. Pesa 36.029 quilos. Possui uma força ao menos 20 vezes maior do que a da bomba atômica que matou 140 mil pessoas em Hiroshima. Uma equipe da Força Aérea fica estacionada num bunker subterrâneo a poucos quilômetros de lá, pronta para disparar o míssil no momento que a ordem chegar. O projétil levaria cerca de 3,4 segundos para deixar o silo e cortar o céu da fazenda a 3.048 metros por segundo. Foi projetado para atingir uma altura de 112,7 quilômetros, voar para o outro lado do mundo em 25 minutos e explodir a poucos metros de seu alvo. A bola de fogo resultante é capaz de vaporizar todos os seres humanos e estruturas do local da explosão num raio de 800 metros. A explosão arruinaria edifícios num raio de 8 quilômetros. Incêndios secundários e doses fatais de radiação se espalhariam por dezenas de quilômetros quadrados, resultando no que especialistas militares americanos qualificam como “aniquilação nuclear total”.

O local é conhecido pelo governo como Plataforma de Lançamento E05, um dos 52 silos de mísseis nucleares instalados nas tradicionais fazendas do Condado de Fergus. O governo escolheu transformar as desoladas pradarias de Montana em centro de atividades nucleares nos anos 50, em razão do que foi descrito como uma relativa proximidade à Rússia e também porque a região poderia atuar como o que especialistas chamavam de “esponja nuclear sacrificial”, no caso de uma guerra atômica. A teoria era que, em vez de despejar todos os seus mísseis em grandes cidades americanas, um inimigo usaria, em vez disso, alguns de seus mísseis para atacar os silos espalhados por Winifred, Montana, lar de 35 mil cabeças de gado e 189 moradores, cujos aniversários de nascimento e casamento são impressos no calendário oficial do município.

O ressequido capim amarelo que cobre os 4 mil metros quadrados do governo se confunde com a paisagem do restante da fazenda dos Butchers, mas a Força Aérea instalou uma cerca de alambrado e um banheiro químico. Atrás da cerca, há alguns postes telefônicos, um pequeno círculo de concreto sobre o chão e uma tampa de bueiro metálica que dá acesso ao bunker. “Entrada proibida”, diz uma pequena placa. “Autorizado o uso de força letal.”

Quando os militares construíram a plataforma de lançamento, durante a adolescência de Ed Butcher, ele considerava a instalação principalmente como um potencial intrusão, um símbolo do exagero do governo, que ele qualificava como uma “insanidade da corrida nuclear armamentista”. Ele nasceu enquanto a guerra atômica surgia, e mesmo que o historiador que existe nele acreditasse que as bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki foram necessárias para pôr fim à 2ª Guerra, ele esperava nunca mais voltar a testemunhar esse tipo de devastação durante sua vida. Quando era professor de faculdade, ele dirigia uma kombi com o símbolo da paz pintado na janela traseira, e sua esposa compareceu a um pequeno protesto contra os mísseis Minuteman diante de um prédio do governo federal na região rural da Dakota do Norte. Eles se mudaram para a fazenda achando que poderiam testemunhar dramas nucleares dos quais haviam escutado falar a respeito de outros silos: vazamentos de lixo tóxico, acidentes que quase causaram explosões, espiões russos ou grupos de freiras se acorrentando às cercas do silo em atos de protesto.

Mas, em vez disso, toda vez que Ed passou pelo silo para ver o que acontecia por lá, não se deparou com nada além do vento e da paisagem — e ocasionalmente com alguma vaca enroscada na cerca. A Força Aérea substituiu o míssil Minuteman original por um Minuteman II e depois por um Minuteman III. Equipes de soldados construíram estradas de terra melhores na fazenda dos Butchers. No inverno, os militares passam a máquina para retirar neve das vias. E empregaram eletricistas e empreiteiros do Condado de Fergus, que trabalharam no campo de lançamento principalmente na calada da noite e, até onde Ed pode dizer, nunca aconteceu nada de excepcional por lá. O míssil nunca foi lançado. O apocalipse nuclear nunca ocorreu. Depois de um tempo, o silo passou a parecer para Ed mais uma parte da paisagem, em vez de uma ameaça — como se fosse uma relíquia benigna da Guerra Fria. Eram 4 mil metros quadrados em meio a mais de 48 milhões de metros quadrados. Pelo menos era isso que Ed pensava até o fim de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia e o presidente Vladimir Putin colocou suas armas nucleares em alerta máximo.

“Aposto que os satélites russos estão contando até quantos fios de cabelo ainda cobrem minha cabeça neste exato momento”, afirmou Ed.

Ele olhou para o céu e depois puxou a aba de seu chapéu para baixo, na direção dos olhos, deu as costas para o silo e voltou a conferir seu gado. “Eu gostava mais quando esse lugar parecia um pedaço da história”, afirmou ele.

 


Até breve.

 


domingo, 3 de abril de 2022

MÚSICA

 



Assisti, ontem, no Palácio das Artes – BH, ao show de Caetano.

No início do espetáculo achei que a euforia normal carregasse por parte do público a expectativa que pudesse tornar-se um ato político. Uma ou outra manifestação nesse sentido foi tentada.

Ocorre que quem esteve em cena foi o artista e não o homem.

Aquela euforia inicial deu lugar à uma certa dormência reflexiva, na medida em que Caetano trazia composições densas e intimistas, muitas delas desconhecidas pelo grande público.

Senti o show como biográfico e com um certo aceno de saída. Caetano foi, como todo homem próximo aos oitenta anos, nostálgico. Falou sobre momentos da carreira e de pessoas chaves no seu enriquecimento, especialmente como músico. Jaques Morelenbaum, por exemplo. Gil, naturalmente.

Uma das passagens que mais me emocionaram foi quando ele se disse “tímido musical” (lembrei-me de que, para ele, músico é Djavan) e que a vida ideal é ser músico. Deparei-me comigo, quase sozinho, num aplauso efusivo.

Acho que sei o que Caetano pode ter querido dizer com isto.

A inserção de canções que marcaram a sua identidade e embalaram o espírito de milhões de fãs como eu, dão ao espetáculo, quase uma transcendência ultrapassando ao artista e fazendo dela o seu principal legado.

Caetano, portanto, em nenhum momento sugeriu, nem por um deslize, qualquer oportunidade para explicitar suas convicções políticas.

Já com ele fora do palco, na saída do público, ouviu-se parcas manifestações e palavras de ordem.

Tenho para mim que a conduta de Caetano, o artista, não poderia ser outra, reservando ao homem, um outro espaço para a cena pública.

Devo dizer, no entanto, mesmo que ele fizesse do seu gigantismo como persona, uma oportunidade para turbinar suas preferências políticas, ainda assim nada ofuscaria em mim o fascínio que tenho por Caetano.

Paguei e fui lá para assistir ao gigante, não ao homem.

Caetano, ainda que usando o recurso de teleprompter, a mim serve e servirá como um bálsamo.

Temos, entre nós, o brilhantismo de um gigante que vive a vida ideal.


Até breve.




sábado, 2 de abril de 2022

COCHO

 



Há exatos cinquenta e oito anos.

Nos livrarão das garras dos horrores e das brutalidades modelados pelos teóricos soviéticos e já implementados em Cuba. No lugar do caos de uma república operária nos darão às benesses de um capitalismo verdejante onde tudo serão flores.

Para regular e defender os novos procedimentos e colocar a nação nos rumos suspenderão, por um tempo, a democracia representativa e governarão o país a partir de verdes olivas empossados que comandarão com rigor e com respaldo em Atos Institucionais quantos forem necessários.

Determinarão aos cidadãos que amem ou deixem o país. Aqueles que permanecerem deverão amá-lo inclusive na Copa do Mundo. O general de plantão poderá escalar um dos atacantes.

Os mortos e desaparecidos por não concordarem ou por discordarem dos encaminhamentos serão considerados vítimas do combate pelo que se entenderá como o melhor para o país e segundo as leis de segurança nacional.

A arte será regulada por censores que farão juízo a seu juízo do que as mentes e os corações deverão se dar ao luxo de consumirem. Brasília sediará censores que usarão tesouras e aparelhos de fragmentação de letras de música, peças de teatro, filmes, romances, novelas e programas de TV.

Qualquer um que se parecer com qualquer que se parecer com subversivo será sumariamente recolhido a porões e confessará ou não com quem se parece, mesmo não se parecendo.

Sendo assim para o bem e felicidade da nação ficará estabelecido:

  1. A cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função;
  2. Suspensão do direito de votar e ser votado nas eleições sindicais;
  3. Proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política;
  4. Aplicação, pelo Ministério da Justiça, independentemente de apreciação pelo Poder Judiciário, das seguintes medidas:

a) liberdade vigiada;

b) proibição de frequentar determinados lugares;

c) domicílio determinado.

 

O Presidente da República decretará o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, que só voltarão a funcionar quando o Presidente os convocar. Durante o recesso, o Poder Executivo federal, estadual ou municipal, cumprirá as funções do Legislativo correspondente. Ademais, o Poder Judiciário também se subordinará ao Executivo, pois os atos praticados de acordo com os Atos Institucionais excluir-se-iam de qualquer apreciação judicial.

 

O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, "sem as limitações previstas na Constituição". Poderá ainda suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos por dez anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.

Isto NUNCA MAIS!

Hoje há opções.

Voltar com o caudilho encantador de consciências benignas e outras nem tanto. alchimizado em trapaça por coligação e aquadrilhado com vampiros históricos do erário público.

Manter jânico messiânico, portador de trágica bivalência de truculência com incapacidade, transloucado e vassourado com intenções pouco ortodoxas, apoiado por cegos das duas orelhas de duvidosos propósitos.

No dia da escolha, manter-me na varanda de minha morada, tocando minha viola de cocho pantaneira, encantando-me com coisas verdadeiramente desimportantes e recolhido à minha insignificância.


Até breve.