terça-feira, 9 de abril de 2024

DESASSOSSEGO

 

O mundo não é mais como costumava ser.

As réguas do passado com as quais medíamos os fenômenos não servem mais ao presente e muito menos ao porvir.

Religião, Política, Ciência nunca estiveram tão distantes dos propósitos que seus princípios assim as determinavam. Os balizadores que delas emanam quase sempre se mostram distantes do Bom, do Belo e sobretudo do Justo.

A Fé namora com o fanatismo exacerbado adoecendo cérebros e corações. Há sinais de uma patologia social evidentes.

O Poder infesta-se, aqui e acolá, de interesses escusos impensáveis e o campo de luta por supremacia vaza em perversidades generalizadas e de grosso calibre.

A disputa não se trava pelas veias ideológicas, antes fosse. Estudiosos da Sociologia, da Filosofia, da Ciência Política ou até mesmo da Teologia não têm teses sobre o que se passa. Os fins justificam os meios, é o que grassa.

A Pessoa não importa.

Alienar-se absolutamente tornou-se imperativo, quase terapêutico. Buscar conviver com a insignificância e o pouco que cabe na microfísica do seu poder talvez seja o último lenitivo que resta ao cidadão comum.

Sobreviver à sua vida comezinha e a sua gigantesca e, como nunca experimentada, impotência e perda de sentido.

A Utopia está morta.