terça-feira, 17 de junho de 2025

LENDAS

 

 

Tudo tranquilo. Tudo certo como dantes no quartel de Abrantes.

Tudo antigo, tanto quanto esta expressão.

Nenhum sinal de que algo, substancialmente, se altere. Nem lá, nem acolá, nem aqui, principalmente.

Guerras milenares, centenárias permanecem e outras eclodem para alegria perversa dos fabricantes, traficantes, atravessadores de armamentos.

Laboratórios produzem patologias que se ajustem aos seus medicamentos. 

As tramas ardem. 

Por aqui, nos identificam pelo CPF, explicitando um estado (assim mesmo, com “e” minúsculo para denunciar sua desfaçatez) que nos quer como meros contribuintes. 

E o Poder institucionaliza de forma Suprema aquilo que era secreto e orçava em milhões e agora bilhões. 

A corrupção endêmica se constitucionaliza.

Cidades se inviabilizam como espaço de convivência. Urbes agonizam. 

Minha cidade natal, Triste Horizonte, se engarrafa em cruzamentos traçados quando Curral Del Rei, seus milhões de veículos, mais numerosos que seus habitantes. 

A Cultura assiste ao último show de seus ícones de uma época em que as canções tinham letras e as músicas mais acordes, para nos acordar. 

É que fui, no domingo, com meus netos engrossar a bilheteria do COMO TREINAR SEU DRAGÃO. Saí de lá com a ilusão renovada. 

É possível extirpar a essência do mal.

Em duas ou três semanas a ilusão passa. Se for necessário tomo um desses comprimidinhos disponíveis ali na farmácia da esquina.

E volto ao normal. 

O real é o Real.

 


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