terça-feira, 24 de maio de 2022

AMANHÃ

 



Ed, protagonista do filme O Homem do amanhã, em cartaz na Amazon Vídeo, coloca como máxima: “Tem aqueles que veem, aqueles que veem porque eu mostro e aqueles que não veem.”.

Eu, então, lembrei-me de uma assertiva que fazia nas palestras que ministrei por mais de quinze anos país-a-fora: “Há três categorias de pessoas: aquelas que estão fazendo as coisas acontecerem; aquelas que estão observando as pessoas que estão fazendo as coisas acontecerem e aquelas que não estão entendendo nada.”.

O filme, americano, é construído em esforço interessante para comunicar a ideia com alegorias e metáforas. Assemelha-se ao recém-lançado Não olhe para cima, já que trata do que em um e em outro é iminente: o futuro.

No futuro todos nós morreremos ainda parece ser algo em que boa parte de nós acredita. A questão é que como e quando e se todos vitimados coletivamente por catástrofe climática ou desatino de nossos líderes ou individualmente, um a cada um, vítima de mazela súbita ou falência geral dos órgãos.

O filme convida a pensar sobre o momento presente, as relações (especialmente as familiares) e sobre o cotidiano de nossas vidas.

Há a figura simbólica do afeto como instrumento de ligação e sentido, mas o que me causou maior interesse foi a impotência do indivíduo diante do desenrolar da História.

Estamos sendo levado algoritmicamente para algo expressivo sinalizado por diferentes variáveis todas de alta combustão: a questão climática, o fosso social, as tecnologias disruptivas e o esgotamento da Política como meio de ajustamento entre os poderes institucionais.

A sensação que fica, como no filme ou à partir dele, é que algo está por vir ali à nossa frente, ainda que em primeiro plano aja um campo verdejante.

Assistam, vale a mensalidade.

 

Até breve.



segunda-feira, 2 de maio de 2022

PALMILHA

 



Estou maravilhado com a nossa energia democrática.

Que momento fascinante!

A infernet tem possibilitado um debate com bilhões de interações que culminam em inúmeras propostas muito bem fundamentadas para o enfrentamento de nossos maiores desafios.

Está mesmo difícil escolher entre tantos programas extraordinários.

Entrei neste êxtase por ter visto matéria sobre o Levantamento do Observatório Democracia em Xeque feito por Marcelo Alves, professor do Departamento de Comunicação da PUC-Rio.

O monitoramento foi feito com base em uma análise de alcance de publicações de influenciadores e políticos. A pesquisa acompanhou as postagens de cada espectro político com o maior número de interações – curtidas, visualizações e comentários – por dia, de 1.º de janeiro a 26 de abril deste ano. Foram observadas as redes sociais Facebook, Instagram e YouTube.

No Facebook, a direita gerou 273 milhões de interações entre as publicações mais virais. A esquerda, por sua vez, fez 113 milhões; o centro não passou dos 23 milhões.

No Instagram, foram 400 milhões de impressões da direita ante 320 milhões da esquerda. O centro segue atrás, com 21 milhões de interações na rede.

No YouTube, a direita produziu cerca de 1,6 bilhão de visualizações se reunidos os vídeos mais visualizados de cada dia deste ano – a esquerda gerou 309 milhões. O centro soma 253 milhões.

O que eu acho mais lindo é que a paixão é classificada em esquerda, centro e direita.

Estou adorando, aos setenta anos, assistir a esta folia.

Ah sim, a foto. É da sandalinha da Lelê que ela usou no aniversário de seis anos no último sábado. Reparou como a palmilha ficou sujinha? Pois é.


Até breve.