sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ROLETAS



Ah, os portugueses!!!

Vasco da Gama mirou para as índias, Pedro Alvares Cabral para a América do Sul e outro Alvares, Jorge veio parar pela China.

Jorge Alvares desembarcou em 1513 junto com seus comandados e depararam-se com um templo budista chinês de 1484.

O templo de A-Má, também conhecida por Tin Hou (Imperatriz Divina) Deusa protetora dos navegantes. Os nativos nomeavam praia como Cao. Daí os portugueses passaram a chamar o local de Macau, a praia da deusa protetora dos navegantes.

Em 1517 o imperador da China entregou a península para controle dos portugueses para que a protegessem da invasão de piratas.

Macau permaneceu sobre a administração dos portugueses até 20 de dezembro de 1999, quando a China retomou o controle. Macau contava na época com 250 mil habitantes.

O último legado dos portugueses foi a estátua da Deusa da Misericórdia inaugurada em 31 de março de 1999 pelo presidente de Portugal.

A língua falada por 99% dos hoje 600 mil habitantes é o Cantonês a mesma falada pelos vizinhos de fronteira da Província chinesa de Cantão, embora por determinação do governo chinês, hoje todas as escolas ensinem obrigatoriamente o mandarim, o inglês e também o português.

Por força da necessidade imperiosa de espaço Macau expandiu-se além mar, construindo duas ilhas a de Taipa e a de Cotai. Macau ocupa uma área de 10 km² e as ilhas juntas outros 20 km².

O maior fator de desenvolvimento deve-se a Stanley Ho. Filho de pai chinês e mãe inglesa, Stanley casou-se com uma portuguesa prima do governador de Macau na época. Por força desta proximidade conseguiu a liberação em 1965 para explorar jogos de azar, mais exatamente casino.

Stanley tornou-se arquimilionário tendo ficado com o monopólio dos casinos até 1999 quando, por força da retomada, a China determinou que ele abrisse o mercado para a instalação de outros casinos. Hoje dos trinta e oito casino existentes em Macau (20 da família de Stanley) um é do artista americano Jackie Chan.

Stanley fez fortuna ainda com a exploração de corridas de cachorros e de cavalos outras paixões dos chineses, assim como apostas em futebol das Ligas Europeias e da América Latina. Explorou também um hotel de quatro andares destinado a massagens eróticas. O hotel foi fechado pelo governo chinês também em 1999.

Um dos maiores hotéis/casinos do mundo, o VENETIAN, que fica na ilha de Catoi pertence à família de Stanley Ho. Recebe 50 mil chineses por dia, funciona sete dias da semana, 24 horas por dia. O hotel tem 3400 suites, um complexo de 1000 lojas de todas as marcas mais sofisticadas e um canal central onde gondolas trafegam.

O pátio interno central tem uma cobertura que simula um céu azul de brigadeiro fazendo uma paisagem permanente. Ali nunca anoitece.

Anexo ao Venetian quatro outras redes servem aos turistas apostadores: Sheraton, Four Seasons, Holiday Inn e Conrad.

Além de seus 600 mil habitantes Macau tem na fila de espera para visto de permanência definitiva 180 mil estrangeiros vindos de todas as partes do mundo.

Para dar conta de seu crescimento vertiginoso nos últimos cinco anos Macau arrendou do governo chinês um terreno na fronteira de uma área de 50 km² onde estão sendo construídos prédios de apartamentos e a 15ª universidade.

O cidadão não paga nenhum tipo de imposto. Transporte, saúde, educação e previdência são integralmente custeadas pelo Estado.

De onde vem os recursos?

O movimento financeiro de Macau, nos disse o guia, é maior que o de Las Vegas e, parte destes recursos, são destinados aos cidadãos que recebem moradia de graça. Aos sessenta anos de idade, basta ter o RG, passam a receber a pensão de cinco mil patacas (moeda local) algo como US$800,00 por mês.

Nos próximos cinco anos Macau inaugurará mais dez hotéis e cinco casinos, entre eles o Versace em uma torre com sessenta andares.

Não consigo uma palavra que possa dar conta do que se sente passeando pelo Venetian ou pelas ruas da parte antiga de Macau. O hotel casino é de um refinamento e grandiosidade que nunca vi em nenhuma das inúmeras viagens que já fiz.

Hoje, quando nos dirigíamos para pegar o ferry e retornarmos à Hong Kong vivemos um inusitado congestionamento na calçada de uma das ruas de nosso trajeto. Um congestionamento de milhares de pessoas.

A polícia colocou grades de proteção que impedem a travessia das vias o que força com que isto aconteça somente nas faixas reservadas aos pedestres. Ocorre que Macau está apinhada de gente e milhares delas esperavam os sinais abrirem para cruzarem as vias.

Vou precisar de mais tempo para decantar esta viagem e os momentos vividos hoje em Macau, especialmente.

Macau não existe. Foi fruto de uma viagem lisérgica em que me envolvi em um hotel em Hong Kong. Se não for, eu não saberei explicar o que se passa ali.

Há algo, por exemplo, que me intrigou. Um extenso prédio está tombado pelo Patrimônio Cultural da Humanidade. Trata-se do Matadouro Municipal.

Em Macau o que há para se ver é a torre do Hotel Grande Lisboa, que se abre a moda de uma flor de lótus.

Dourada.



Estou em Hong Kong, são 28 minutos do dia 04 de outubro de 2014. Amanhã embarcamos para Bangkok, na Tailândia.



Até breve.

Um comentário:

  1. É muito bom viajar com vc através do seu blog.Aprende-se muito.

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