terça-feira, 14 de outubro de 2014

DEIXAVIR



Tô aqui já. Cheguei nesse deserto, minha terrinha do belo horizonte, foi-se como um monte de outras face à desordem também climática.

Que solerão de quentura, meus deuses, e o ar adoecido de tanta secura dos céus.

Esse trem aumentou a dificuldade para me haver com a diferença maquiavélica de doze horas de fuso, se bem que na última parada foram de seis. Assisti no avião uns cinco filmes, todos americanos, sem comentários mais relevantes.

Ontem foi um dia para recuperar Liz e Valentin. Impressionante a diferença que fizeram os vinte e seis dias ausente. Ela tá falante e perspicaz e ele mais interativo.

Vou indo aos poucos dando conta do que se passa pela aqui. Hoje à noite os dois se pegam na Band. Alguém aí pode me dizer se haverá alguma surpresa nas abordagens. Eu adoraria.

Não, num tô falando de Liz e Valentin, não. Eu tô fazendo propaganda do debate dos presidenciáveis. O debate de Noninha e Tinzão é muito mais instrutivo e interessante, porque ambos se colocam por inteiro. Noninha, então, nem se fala, pela sua angústia de não saber se odeia ou ama esse intruso.

Um fala que o outro é mais corrupto, que vai privatizar aquilo que já não é de ninguém, que vai aumentar os juros, que vai ser complacente com bancos, que vai cortar o Family Pocket, Soquet, Troquet, que vai pagar mais salário para os professores, que vai erradicar todas as mazelas, que vai, que vai, que vai...

A Ásia, que eu vi, acabou me fazendo muito mal, essa é que a verdade.

Claro está que aquela região tem de história uma pancada de séculos, que já passou por todos os aprendizados, que já foi e deixou de ser, voltou a ser e deixou de ser. Cíclica jornada.

O presente, no entanto, é prá qualquer liderança que se preze deitar os olhos e colocar a inteligência a serviço. Qualquer um dos pelejantes deveria montar uma comitiva e fazer um driver.

Só de pensar em sonhar com possibilidades me entristeço.

O chato é que não deixei minha desesperança lá nas muralhas da China, ou na cisterna de Istambul, ou não pedi que a enterrassem com os restos de Tóquio, nem deixei minha desesperança aos pés do Buda Deitado. Nenhuma prece indiana daria conta de dissipá-la.

Ela veio inteira comigo.

Força das evidências, novamente reencontradas.



Até breve.

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