segunda-feira, 8 de abril de 2013

LE BEC



Li hoje um crônica de Nana Tucci no Estadão:  “Jabuticaba - brasileira até o caroço”.

Tomo a liberdade de transcrever parte:

"A mais brasileira das frutas tem aparência de durona. Puro disfarce. Um apertão... e ploct. A jabuticaba explode e expele sem resistência sua polpa doce e esbranquiçada. Bom mesmo é comer arrancando direto do pé, escolhendo as mais graúdas. Ou de baciada, uma atrás da outra.

Como tem apenas uma safra por ano, entre agosto e novembro, fim de inverno e primavera, a jabuticaba é a fruta que nos ensina a esperar. Fora de época, não chega às gôndolas do mercado nem às feiras livres - vez ou outra há uma safrinha entre fevereiro e abril, mas não o suficiente para ser comercializada. Por isso, quando chega a primavera, ninguém quer dar à jabuticaba outro fim que não seja o da ladroíce no pé. É nessa época que ela (re)aparece nos cardápios dos restaurantes, transformada em sorbets, caldas, caipirinhas.

Mas a verdade é que a jabuticaba é uma fruta que não gosta de sair de casa, seja deste lado ou do lado de lá do mundo. Estoura à mínima pressão e começa a fermentar no mesmo dia da colheita. Além disso, é uma planta sem pressa, descansada, que demora mais de uma década para dar os primeiros frutos - daí a grande quantidade de jabuticabeiras híbridas ou "produzindo" à venda.

E, quando finalmente dá fruta, é arrebatadora: ‘Não acredito, a jabuticabeira aqui de casa deu fruto pela primeira vez! Ia fotografar, mas comi o potinho inteiro, antes. Doces! Demorou uns 15 anos para se manifestar’, escreveu recentemente a escritora Nina Horta em seu blog. A mesma Nina tentou adivinhar o deslumbre de Paul Bocuse frente à fruta, em capítulo de Não É Sopa, com a citação: ‘La jabuticaba n’est pas pour le bec de tout le monde. Extraordinaire...’ (‘Jabuticaba não é para o bico de todo mundo. Extraordinária’)."

Fiquei pensando. Acho que vou mandar fazer uma plaquinha para fixar  no único pé da fruta que plantamos em nossa casa em Santa Luzia. Nela vou pedir para gravar um nome e uma frase.


NONINHA
N’est pas pour le bec de tout le monde



Até breve.

OBS.: Para entender melhor leia OLHOS



          


          

Um comentário:

  1. REalmente não é para o bico de todo mundo não....mas que o ciume pegou....pegou.. coitada da Noninha... tem um avó ciumentíssimo kkkkk

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