quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

SUPRAREAL



Não são os executivos, que comandam uma organização, os responsáveis pela falência da mesma. A bancarrota empresarial é, sempre, responsabilidade exclusiva dos acionistas.

Assim também com os países: quem destrói uma nação não são os seus governantes, especialmente aquelas ditas democráticas, mas o seu povo.

Quando uma empresa vai mal por força da omissão, incompetência ou veleidade de seus executivos o acionista deve agir substituindo imediatamente aqueles que ele escolheu para administrar o seu negócio.

Com o Brasil S.A. ocorre uma inversão de poder: quem manda no país são os executivos. Os acionistas, por omissão, incompetência, comodismo, alienação, leniência, conveniência ou até conluio, assistem a tudo como meros espectadores passivos.

Na “AGO” de ontem para aprovação de parte das contas da Diretoria Executiva da Brasil S.A. alguns dos acionistas foram alijados e impedidos sumariamente de participar. As galerias do Congresso Nacional foram fechadas para que alguns dos acionistas, ainda que minoritários (e são sempre os que fazem maior barulho), não se manifestassem.

Alguns desses acionistas que se colocaram à frente do Congresso interpelaram membros da AGO acusando-os de atuarem como se estivessem sobre uma ditadura.

A sessão de ontem do Congresso Nacional, que durou dezenove horas, foi mais uma vergonha para o povo brasileiro, enquanto “dono” (supostamente) de seu país.

Os executivos venceram a AGO de ontem e poderão continuar à frente da Administração. Faltou a ser votado um único item da pauta, que recebe o nome técnico de DESTAQUE.

Ficou para a semana que vem a parte mais vergonhosa e lamentável do processo: a barganha por cargos.

O Brasil segue seu curso a passos largos em mudar tudo para ficar do mesmo jeito. Ou pior.

Declaração dos representantes da Transparência Internacional, instituição que analisa a corrupção no mundo (o Brasil ficou em 69º lugar em 173 países): “Se o Brasil sair do episódio da Petrobras sem punir exemplarmente os saqueadores, o Brasil poderá alcançar patamares mais expressivos no ranking internacional dos países mais corruptos do mundo”.

A Somália está em primeiro lugar. Fosse o ranking elaborado pelo volume de recursos públicos desviados nos ralos da maldita perversão o Brasil já estaria ocupando o primeiro lugar. A Somália não tem de PIB 10% do que afanaram só na Petrobras.

Há sinais preocupantes pelo momento que passa a política nacional. Um deputado, na sessão de ontem do Congresso, foi à tribuna denunciar a existência de uma organização de índole fascista que é coordenada por criminosos de alta periculosidade: Revoltosos Online. Membros do grupo estiveram na terça-feira agitando as galerias do Congresso.

Ontem foram presos três jovens que, já tendo sido indiciados por participarem de manifestações e incitando os participantes à violência e ao vandalismo e que, por força disto, receberam habeas corpus com a condição de não mais se envolverem em manifestações, voltaram em outubro passado a se envolverem em tumultos.

Prefiro não pensar que os jovens, entre eles uma jovem que tem como apelido Sininho, comecem a acreditar ser o único caminho para que algo realmente possa mudar no país.

Ai não nos faltará mais nada para evoluirmos para nosso passado de republiqueta.



Até breve.

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