quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

CICLO



Não, eu não penso isso não.

Prá mim é totalmente diferente do que andam dizendo. Primeiro porque hoje ninguém pode dizer que algo seja, assim, concluído. Depois porque, se você for verdadeiro consigo mesmo, até você próprio não é do jeito que você se propõe.

Sempre num dá.

E num dá por duas razões: a primeira, porque o decurso das coisas acaba movimentando circunstâncias que desencadeiam imprevistos e a segunda porque no caminhar das horas sempre pinta outras possibilidades.

Eu chutaria o balde. O pau da barraca.

Houve uma época que era bom de ter juízo, por causa das contas. Agora, no limiar da inimputabilidade senil, ligar o esadof (*) pode ser uma. No geral, ouço muita asneira que é, de pronto, tudo aquilo que eu não entendo ou por aquilo que não tenho o menor interesse.

O mundo ficou muito largo e plano. Não há barreiras de espécie alguma. Num turbilhão de liberdades não sobra prá ninguém ter endereçamentos. Em qualquer campo.

Se bem que não é bem assim também não. Vejam os ortodoxos enquadrados em direita e esquerda, azules e vermelhos. Eu hein? Taí uma coisa que me dá canseira e me força a entrar em alfa zapeando meu álbum de fotos no IPhone.

Bom mesmo é ser light, lilás que é uma posição meio radical. Tem gente que não gosta e insiste para que você afinal se manifeste. Qualé a sua, seu merda? Assim de tão putos e inseguros.

É muito perigoso pensar.

Vai que um monte de questões comece a serem entabuladas e fazendo algum sentido. O sujeito até acredita que tenha a ver. O recolhimento absoluto é imediato, porque prá veicular qualquer novo tá meio sem chance. Já que tudo é muito novidade.

Façamos o seguinte, então: comece.

No princípio aleatoriamente, seja no campo do Real ou do Suprareal, que já será Surreal. Depois escolha um campo onde possa manobrar com desenvoltura a prática. No familiar, por exemplo, é o mais penoso, porque a turma grita.

No social é de menos, já que entre conhecidos menos íntimos qualquer cara tá valendo. Ninguém tá muito aí prá verdades puras. Qualquer superficialidade de contato mescla, rola, vale.

Com os amigos é que é mais bravo. Porque você poderá perdê-los se entrar numa de se posicionar, inclusive em relação a eles. O campo tá muito sutil. Qualquer criticazinha vira vulnerabilidades. “Por que você está falando isto? E agora?”

Num sei, vai em frente. Eu tô quase conseguindo. Sei que vou perder uns pelo caminho. Tem um, há mais tempo, que abandonei geral. Pretinha mesmo me dizia: “Como você consegue ser amigo de fulano, num tem nada a ver contigo, pai”...

Não, eu não penso isso não.

Prá mim é totalmente diferente do que andam dizendo. Primeiro porque hoje ninguém pode dizer que algo seja, assim, concluído. Depois porque, se você for verdadeiro consigo mesmo, até você próprio não é do jeito que você se propõe.

Sempre num dá.

E num dá por duas razões: a primeira, porque o decurso das coisas acaba movimentando circunstâncias que desencadeiam imprevistos e a segunda porque no caminhar das horas sempre pinta outras possibilidades.

Eu chutaria o balde. O pau da barraca.


Até breve.

(*) esadof: palavra supostamente russa, para aportuguesá-la deve ser lida da direita para a esquerda.

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