quarta-feira, 8 de maio de 2013

OBRIGADO



Amanheci hoje dois anos mais leve.

É que ao longo desse tempo vim drenando meus espíritos, exalando meus temores, declarando meus amores, destilando meus rancores, registrando minhas lembranças, minhas andanças.

Escrevi.

Sobre meus olhares até aqui, desde a minha mais inesquecível infância até o dia de ontem, sobre meus fazeres e quereres, meus queridos amigos, meus visitares ao mundo em viagens inclusive a outros lugares tangíveis, sobre meu amor único e eterno, sobre meus amados filhos e seus amores, sobre Noninha meu Bem.

Dei de Pelé e de Macalé nos meus posts, alguns em jogadas brilhantes e outros que envergonham a qualquer atleta das letras. Joguei meu jogo, no entanto. Destilei meu mais amargo fel aos abomináveis seres que conosco convivem e, por vezes, nos sugam como verdugos nossa mais cândida esperança.

Escrevi.

Estou a bordo de um vôo para São Paulo. Inicio hoje um ciclo de oito seminários (de dois dias inteiros) para executivos de uma companhia de energia. Levo comigo meus quase quarenta anos de mundo corporativo, bagagem suficiente para reconhecer que pouco sei. Inclusive nesta área.
 
Nos últimos dois anos criei um espaço nessa minha lida especialmente para cuidar, em sua expressão mais profunda, de dois marcos históricos de minha vida: a chegada de meus sessenta anos e de minha prioridade absoluta, Noninha. Jamais conseguirei agradecer a Vida por isto.

Foi um tempo ímpar. Abri meu coração para sentir com maior gosto o singelo, o ócio criativo, as pessoas todas, especialmente as mais próximas. Redescobri parentes, perdoei-me de abandonos.

Inscrevi.

E o pior, gostei. De tudo, inclusive do ócio, dos passeios às tardes em dias úteis carregando meu Bem no colo, conversando com ela, dizendo minhas coisas, meus segredos, minhas esperanças, minhas estórias.

Minhas caminhadas indisciplinadas, espaço para reflexões e construções basilares de meus posts. Meus fazeres domésticos, lavar a louça, regar minhas plantas, colocar o lixo na lixeira lá fora.

Vivi.

E o pior, quero mais. Até que, chegando minha hora, eu possa subir aos céus ou descer as profundezas deixando como legado a minha insignificância.

Agradeço a todos aqueles com quem compartilhei, nesses dois últimos anos, a edição do dasletra.

Até breve.


4 comentários:

  1. Parabéns! E obrigado por me fazer refletir!

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  2. E o tempo voa... Compartilhar pq nao?!

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  3. Nos que temos que agradecer pelos textos e consequentemente reflexões!

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  4. Parabéns...ta ficando cada vez melhor.

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