terça-feira, 16 de setembro de 2014

TREM



Pois é.

Há muita queixa de que as questões estão chegando prontas à moda googleana. Vai-se ao médico para contradizê-lo no diagnóstico. Não há duvidas, mas infinitas certezas.

A explicitação acoberta apenas os porquês e os destinos e aí é que mora a chance. Tudo verga ao óbvio da extensão do supostamente conhecido. Em qualquer campo sabe-se e não é pouco. Um click só, agiganta.

Se mora aí a chance, mora também o perigo. Vai que nesse emaranhado surge. Fazer o quê? Às vezes também com quem, já que todo mundo é deste mundo?

Não sei se outrora foi assim, desse turbilhão, acho que não. Antes tinham as correntes, escolas do pensamento aonde se hospedar. Recebia-se na identidade o sufixo da escola. Tipo: ista ou ano, ou seja, marxista, leninista, freudiano, assim.

Jabor disse ontem no Roda Viva que, consultado um amigo filósofo francês sobre qual a corrente que está rolando, recebeu como resposta: “Num tem. Tá todo mundo deprê!”

Também não é para tanto, acho que é assim. Assim como? Pergunte-se.

Viver foi pensado no erro já que é para frente, no não andado. E quem busca andar busca angústia da grossa até nos micros do cotidiano. Eu, de mim, por exemplo, não compreendo nem mesmo as estações do clima. Toda hora tem um agasalho no verão, um guarda-chuva no inverno, um florir e um reflorir das mangas, jabuticabas,  assim sem menos nem porquês fora de “época”.

Então o tempo, esse obscuro, perdeu calibragem e amordaçamentos e, o pior, corre mais rápido do que o sempre.

À frente aí tá chegando um novo ponto que a gente, todos, sabemos que chega. Alguns têm certo que há de haver algo para além dele, tipo eterna.

Eu acho muito.

Assim, fico:


Até breve.


NOTA: Amanhã embarco para uma viagem de 26 dias à Asia. De lá, pontuo.

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