quinta-feira, 10 de abril de 2014

BRUNS



Dia danado este, ou será, esse? Começa daí, tudo é dúvida. Eu tô aqui assossegado no meu canto e, por mal dos meus pecados, leio a porcaria do meu horóscopo. Perdoe-me leitor, eternamente ou pelo menos enquanto houver este blog, por convidá-lo a ler estas tolices.

Como se não bastasse li quatro previsões astrológicas para eu ter várias opiniões de como por os pés na vida no dia de hoje. Descarto duas delas e mergulho raso nas duas restantes. Eu tenho sérias dificuldades em lidar com muita informação. Meu cérebro tem um espaço de manobra muito curto e lento.

Os astros conclamam que eu seja diferente, que eu seja ousado e que eu tenha sabedoria. Três demandas que me colocam em estado de frustração antes de qualquer proposta que eu possa me fazer seriamente. Ademais se eu for diferente eu acabarei ficando muito parecido com a maioria, e isto me assusta muito.

“Inove, renove, ouse, tente fazer diferente. Mas faça com sabedoria. Evite ações impulsivas e individualistas. Perceba o que lhe trará progresso, pisciano. Coloque suas ideias e sonhos em prática. Ouse fazer o que nunca fez”.

Fazer o quê que nunca fiz e que ainda me traga progresso. Pois é, o dilema está no demoníaco quê. Horóscopo deveria servir apenas para anjos, magos, deuses e adivinhos de plantão, não a um simples mortal ávido por adormecimentos.

Ademais sem impulsividade e sem ser individualista eu serei quem? Outro, não, não me convém. Se for assim prefiro ficar no ponto onde estou.

A outra previsão horoscópica adverte:

“O desejo sempre chega antes da oportunidade, essa é uma regra geral a se ter muito em conta para nunca enfiar os pés pelas mãos. A urgência do desejo poderá, assim, ser administrada com mais sabedoria e eficiência”.

Entenderam, não?

Como não enfiar os pés pelas mãos se eu sou impulsivista inveterado, lilás como fazer com sabedoria e eficiência administrada o desejo? Bicho, o desejo, tô falando DESEJO, é trem de outro mundo que péla nos nervo da ponta dos cabelos rarefeitos até às unhas encravadas dos pés.

Entenderam, não?

Acho melhor eu resumir para ficar mais confuso. Primeiro você cria uma oportunidade, depois com paz e ciência você deseja aquela oportunidade que você acabou de criar (por favor, não crie muitas para não embrulhar o meio de campo e você se perder em desejosmil sem nem umas oportunidades). Aí e de leve (entrando pé ante-pé na piscina de sua vida, sem impulsividade) você mergulha e faz, de um todo, o diferente.

Tá bom, você agora se pergunta: “Eu mando esse cara à ou prá?”

Eu avisei, dia danado esse. Ou será este?




Até breve.

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