terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ESPERADOIS



Desde domingo surgiram sinais de que a alegria vai nos acometer brevemente. Pretinha começou a sentir algos distintos. Valentin deve estar fazendo seus últimos preparativos para nos chegar.

Foi no domingo também que se concluiu a arrumação do quarto do segundo, com balões, aviões, nuvens e chuvinhas decalcadas na parede.

Liz não saca ou então faz de conta de que nada estará acontecendo de extraordinário em seu espaço. Ontem mesmo deitou-se dentro da banheira nova comprada para o irmãozinho.



Em mim paira um misto de expectativa e de inquietação. Expectativa por razões óbvias e inquietação por saber que aumentará nossa responsabilidade e preocupação.

Os tempos que correm exigem de nós, os progenitores, especial cuidado na tarefa de contribuir na formação dos sujeitos. Infinitas escolhas estão postas às crianças, aos adolescentes, aos jovens e até aos não tão jovens assim.

As ruas, a mídia, as relações sociais, constituem-se como uma concorrência  quase sempre desleal com aqueles que têm, por dever e afeto, a tarefa de orientar e desenvolver os seus mais próximos.

Lá fora correm tempos cada vez mais complexos, de exposição a saberes e experiências absurdamente diferentes daquelas que nós, avós, e mesmo os pais, viveram.

É provável que tenha sido sempre assim. É o conhecido "choque de gerações". Só que está na nossa vez e o meu sentimento, pelo menos, é de que nunca esteve tão crítica a tarefa de educar.

Em um passado recente a disponibilização de informações não era tão franca quanto agora e o educador tinha sempre o poder sobre o saber. Agora a Infernet coloca em celulares todo o conhecimento sobre tudo em todas as áreas, instantaneamente.

O nome Valentin foi escolhido há muito tempo, antes mesmo da concepção de Liz. Pretinha e Claudinho assistiram ao filme que tem como título o nome do neném que nos chegará a qualquer momento.

VALENTIN é a visão encantadora do escritor e diretor argentino Alejandro Agresti sobre o mundo que envolve um precoce garotinho de oito anos de idade. Com pais ausentes e um ambiente familiar conturbado, Valentin é um menino imaginativo, cujo maior sonho é ser uma criança comum, com uma família de verdade. Enquanto tenta consertar as falhas em seu mundo, ele será capaz de trazer alegria, sabedoria, e até mesmo romance aos adultos que o cercam.

O que inspirou à Pretinha e Claudinho para dar nome ao segundo filho deve ser o nosso melhor roteiro para instruir nosso netinho, sob os olhares de uma família de verdade.

Valentin não precisará consertar as falhas de seu mundo.



Até breve.

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