sábado, 4 de janeiro de 2014

POÇO



Noninha acabou de sair com os pais em retorno à sua casa. Passou, conosco e um monte de gente mais, o Natal e a virada.

Esgotou-nos. É incrível como uma pessoinha de 17 meses demande tanto e, por outro lado, de nossa parte haja tanto gosto e interesse em vê-la, a cada instante, inventando viver.

Foram dias também de dormência, de muito calor, inclusive humano.

Somente hoje tomei coragem e, pela enésima vez, fui junto com Joselone, o caseiro, cuidar da manutenção do poço de peixes e cascata.

Somente hoje, depois de cinco dias, tomei coragem de abrir meu laptop e postar.

Somente hoje penso janeiros.

O ano começa sem grandes novidades. Enchentes, engarrafamentos e acidentes de automóveis em estradas, lista de objetos escolares, impostos, estas repetições prosaicas de janeiros.

O ano, no entanto promete. Terá carnaval, futebóis e eleições, estas coisas que já não nos surpreendem há tantos anos. Novas novelas, novos hits, novos filmetes na web. Porta dos Fundos.

Banalidades.

Prosseguirão atentados, insurreições, belicismos, perdas de inocentes.

Bestialidades.

Denuncismos, baixarias, canalhices.

Obviedades.

Só mesmo no micro é possível extrair algo que valha alguma pena então. Naquilo que é de todo possível na vida do quotidiano da profissão, das relações mais íntimas, das amizades mais puras, das diversões mais gratas.

Só mesmo no micro, bem perto de cada um de nós, valha empreender projetos consistentes e duradouros. Por mais egoísta que seja o que nos resta dos tempos, é o nosso umbigo e os cordões que nos ligam aos nossos mais próximos.

O coletivo rolou ribanceira abaixo.

Houve sim um tempo em que imaginávamos primaveras, a construção de um mundo distinto do que está aí, era possível utopiar-se. Agora, não mais. Para refletir recomendo a quem não assistiu ainda, está na programação da TV Paga, o filme Bem-vindo ao Mundo do cineasta italiano Sérgio Castellitto.

O blog seguirá com minhas idiossincrasias.

Março nos trará Valentin. Juntos com Noninha inventaremo-nos viver.




Até breve.

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