sábado, 27 de agosto de 2022

FÊMEA

 



Simone Tebet foi a última entrevistada no JN na abertura oficial da propaganda dos candidatos à Presidência da República.

Simone é a melhor parte desta jornada cívica por inúmeras e justificadas razões.

Simone é Ulysses Guimarães repaginado. Forjada nas fileiras do mesmo partido que respondeu aos grilhões da ditadura militar, ela como ele, sabe tourear os monstros das estepes.

E não são poucos e pouco vorazes estes monstros, especialmente aqueles que tramam no âmbito do próprio partido e fora dele para que ela não alcance seus propósitos.

Assim como Ulysses, Simone há muito, luta por uma utopia distante.

Simone é uma mulher madura e se impõe não só pela sensualidade e beleza nada vulgar, mas, e sobretudo, pela trajetória extraordinária enquanto administradora pública e parlamentar.

Ela mostra-se preparada para construir saídas aos verdadeiros problemas que se apresentam e cercou-se de inquestionáveis e brilhantes pensadores das diferentes e complexas áreas que integram a coisa pública.

Simone é a parte boa do filme.

Votar nela não é votar contra alguém, mas a favor de um novo tempo. Assim como Ulysses que não lutou contra a ditadura, Simone luta a favor de um país pautado por uma constituição cidadã.

O foco dela não é a política, mas o propósito. Ela se dirige às mães e nesse lugar ela materna a esperança. Com dignidade, com altivez, com imensa competência reconhecida até pelos mais fervorosos adversários, a mulher Simone diz a que veio.

Perguntada no Roda Viva quem ela apoiará no segundo turno ela respondeu com humildade: “Não me tornaria candidata se não acreditasse ser possível chegar à Presidência.”

Simone é a via real da perspectiva daqueles que, de fato, desejam algo verdadeiramente novo e grandioso para nosso país.

Simone carrega o nome de uma das mulheres mais expressivas do século passado que conviveu com um dos maiores pensadores da história da filosofia, da política, da dramaturgia e da literatura.

Beauvoir disse a Sartre: “Vocês construíram todas as ferramentas”.

Tebet vem para dizer: “Vamos pensar juntos, homens e mulheres, outras ferramentas que nos pacifiquem e que nos enderecem a tempos melhores.”.

Simone é a melhor parte do filme.


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