quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

QUIMERAS




Horóscopo para hoje:

“Aceite as recomendações, deixe de lado a sua lendária teimosia de sempre seguir em frente com seus planos sem importar o que aconteça ou o que outras pessoas digam. Dessa vez seria propício você aceitar sugestões.” (oscar.quiroga@estadao.com.br)

No nascedouro, suponho que a democracia fundou-se na tese de que homens são entidades puras. Todo o poder emanaria do povo e em seu nome seria exercido. Todo o poder estaria a serviço do bem estar social e econômico.

Ao contrário da autocracia, conquistada quase sempre pela força, o poder é exercido por um junto a seus asseclas satrápias em benefício de uns escolhidos e cúmplices no processo de dominação de uma minoria em detrimento da maioria.

Portanto, sem delongas e emboramentes, a História é marcada por períodos permanentes de governança autocrata, alguns deles travestidos de democratura, já que em muitas paragens o povo é constituído por idiotas.

Idiotas, aqui, no sentido grego: “Idiota é todo cidadão que não se ocupa da Política”.

Tudo uma questão de Ética.

Há dois anos estamos desgovernados. Isto, literalmente: desgovernados. Sem governo e à deriva. Desde os primórdios do processo eleitoral, passando por ele e a sequência que se arrasta ao longo de todo este ano podendo durar mais o próximo exercício, ninguém pode dizer com algum grau de acerto para onde vamos.

Na cena presente, discutimos impedimentos: do Presidente de uma das casas legislativas e/ou da Presidência da República.

E o que debatemos? Quem mente mais, portanto, uma questão ética. Além dos protagonistas a sociedade, a mídia, as instituições e o povo em geral. Em todos os lugares, quem mente mais? Perdoem-me, talvez não se trate de mentiras, mas escolhas de verdades a serem ditas.

Há aí uma verdade que vem sendo dita: somente batem em um partido. A mim, parece óbvio já que em sendo o partido que está responsabilizado pela governança e o faz de forma, dourando a pílula, inadequada, deve ser sim o alvo de todos os ataques. Mesmo sabendo que em todos os demais partidos não exista nenhum homem puro.

Quem fica e quem sai, como se isto fosse mudar o curso da lama que sufoca o doce bem estar social, toma horas e horas além de recursos mais do que escassos dos nossos rasos cofres.

O Supremo já poderia ter entrado na ignomínia (viu, eu disse que podia escrever com erudição), mas não o faz cioso de seu papel e certo de que não convém colidir com os outros poderes da República.

As cartas estão lançadas e os jogadores à mesa. Interessante que os protagonistas são descélebres, uns ilustres desconhecidos do baixo clero que ganham notoriedade em um momento mais crucial da pendenga. Aos figurões, não convém.

Sai a qualquer hora: truco ladrão, gritará uns dos contendores. Vale quarenta, maldito. Vociferá o adversário.  Nesse jogo, de audiência cadente e formadora de idiotas (em todos os sentidos) vai dar o de sempre: nada.

Vamos voltar à nossa vidinha procurando o nosso Salvador, para negar os fundadores da democracia e achar quem nos governe. Que seja autocrata, mas com menos vilania.

Um pouco de pureza, mesmo que aparente, não faz mal a nenhum povo que não se preza.



Até breve.

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