sábado, 7 de março de 2015

UM



Valentin, meu netinho.

Um dia quando você estiver grandinho e se existirem nuvens por onde vagarão ainda arquivadas minhas palavras chochas, quero que você encontre essas aqui trazidas lá do fundo do coração do vovô.

Você tem um semblante, um olhar, um sorriso que irradiam um bem tão contundente que quando te fito, juro, me emociono.

Você sempre será um sujeito do bem.

Seu primeiro aninho foi sob a sombra de sua irmãzinha, essa outra personagem real do livro de história da nossa vida.

Você me olha de um jeito tão brando mesmo quando sou dragado pela demanda de Noninha. Quantas vezes, quando com vocês dois juntos, eu, dando toda a atenção a ela, me dei conta de que você estava do lado olhando para mim como se dissesse:

“Um dia vovô me descobrirá, também”.

Dentro de uma ou duas semanas você estará andando, um pouco mais estará correndo, chutando bola, subindo e descendo por escorregadores, nadando.

Daqui a pouco você falará e me chamará, posso já ouvir com nitidez a sua pronúncia para vovô.

Eu irei buscá-lo na escolinha e você perguntará se vamos para a sua ou se para a casa do vovô.

Essas coisas singelas e imensas que fazem com que o coração do vovô bata mais forte, que aplaquem minhas angústias e me renovem o gosto.


Feliz aniversário, meu netinho querido. 



Até breve

2 comentários:

  1. Eh isso! Muito bom, expressão naturalíssima de uma sensibilidade que encontra a verdade!

    ResponderExcluir