segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

SODA



A excitação precede à ereção, assim como a existência precede à essência.

Foi a conclusão a que cheguei enquanto fazia uma sauna no final de semana. Não sem antes passar por Sartre e pelos enunciados do princípio ativo da pílula azul.

O vapor e a essência de eucalipto quase sempre me permitem avanços filosóficos de alta monta e, de quando em vez, deixo o recinto e corro em busca de uma caneta para registrar o achado, a descoberta pelo exercício do músculo cerebral.

A que serve a máxima?

Para uma gama de inúmeras finalidades. Eu poderia listar algumas delas e não o faço para não levar o leitor a sugestões que seguramente o atrapalhariam na procura, já que ereção e essência têm a ver com particularidades e singularidades.

Posso falar do meu caso, mas também não o farei por que já fui repreendido inúmeras vezes, inclusive em casa, por escrever aqui obscenidades cabeludas (tá vendo?) que me fizeram fugir inúmeros leitores mais pudicos.

A moral reinante, às vezes, me dá náuseas. A minha então, nem os falo, tem horas de eu não me suportar por dentro.

Ora, como falar, sem se desnudar, deixar tudo à mostra como a Origem do Mundo, o quadro no Louvre, ou será no D’orsay?

O nu é a evocação da ereção e da essência. Ou não?

Aí derivei para o masculino e o feminino. Não o macho e a fêmea, como pensariam os menos avisados ou ilustres néscios psicanalíticos. O feminino enquanto o buraco, o vazio, a falta, o desconhecido a ser procurado inúmeras vezes repetido.

Complicou? Explico.

Sem essa de procurar sentido na existência, ou fundamentos para suportar moral. O contemporâneo exorta o esculacho, e quanto mais passa o tempo, compreende-se menos a besta humanoide.

Vem aí a passos largos o choque das civilizações, cortando cabeças. O que resta são tentações que culminam em atentados. Na linguagem é o mesmo radical, portanto, essência.

Fora isso, balas perdidas. Efeitos dos 99%, protagonistas da desigualdade social. Nos últimos dez dias no Rio de Janeiro, doze vítimas.

Banal.



Até breve.

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