terça-feira, 12 de janeiro de 2016

IPPON



Acho que deveríamos aproveitar este restinho de ano para cuidar do que é verdadeiramente urgente.

Urgente é a verdade.

Toda ela, desnuda, flagrante, translúcida, fulgurante e definitiva.

E onde ela se encontra?

Nunca estivemos tão expostos a todas as verdades e elas querem por que querem ser reconhecidas como tal. Sempre tive para mim que a verdade nunca foi desconhecida.

Escamoteada, sim. Vilipendiada, sim. Postergada, sim.

Jamais desconhecida.

Então, por que de sempre ela nunca veio inteira a tona e tomou conta do real?

Penso que a verdade é o verdadeiro perigo da Vida, porque ao procurá-la objetivamente sempre encontramos a resposta fatídica. E não nos convém, pelo menos enquanto as ilusões nos governarem.

A verdade esclarece, e ninguém quer tanta luz. A verdade conclui, e ninguém quer que se acabe. A verdade cura, e ninguém suporta viver sem a dor. A verdade mata toda a dúvida, e ninguém suporta a ausência.

Passamos a temer a verdade, a odiá-la, a negá-la, a criar derivações, suposições, compensações, projetos de fuga, traduções e interpretações beirando o absurdo.

Não é possível lidar de frente com a verdade, toda ela. Melhor viver de aproximações sucessivas sem cutucar a fina membrana que divide o que nos vela do verdadeiro que se explicita.

Veja no seu caso, se você não sabe toda a verdade. Cuidado ao fazê-lo, não se tem experiência de alguém que tenha ultrapassado a tal membrana.

Urge, no entanto, que se faça individual e coletivamente. Podíamos sim tentar que fosse agora ao longo deste restinho de ano.

Ir ao encontro da verdade. Toda ela.

Sugiro que faça um plano de busca que considere três etapas essenciais: a descoberta, a compreensão e a aceitação. A descoberta diz respeito à explicitação da verdade já conhecida; a compreensão, a elaboração objetiva das raízes que sustentam a verdade descoberta e, a aceitação, enfim, o reconhecimento da verdade que governa.

Tudo bem, você estará diante de uma nova questão quem sabe até mais angustiante do que aquela quando você vivia nas sombras da efetiva verdade. O que fazer com a descoberta, a compreensão e a aceitação?

Acho que é por isto que vamos ter um ano igual àquele que passou.

Melhor deixar toda a verdade encostada no canto em que sempre esteve.

É ou num é?

Até breve.

Obs.> Notaram quantas vezes aparece no post sempre, jamais e nunca?

2 comentários:

  1. Parece a virgem. Quer descobrir a verdade mas não com qualquer um, quer que seja especial, mas sabe que a verdade dói.
    Sabe que a verdade a libertará.

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    1. E olha que, este, não foi o único e o mais perverso que a religião nos causou.

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