terça-feira, 10 de setembro de 2013

AZUPT


Em ZUPT tratei da velocidade com que as coisas estão acontecendo. Hoje lendo os jornais tomei contato com a notícia de que na China vão construir o maior edifício do mundo (Cidade do Céu, de 202 andares) em quatro meses.

Problemas com a burocracia estatal estão irritando os empresários responsáveis pelo projeto, já que os processos de aprovação podem atrasa-la em três meses, ou seja, elevando para sete meses o tempo para construção da obra. Coisa de país comunista atrasado.

Zeroum também antes de completar seus oito meses já acompanha a mãe em parabéns pelo seu primeiro ano de vida.



Não sei, mas tenho a impressão de que a Fórmula 1 tem perdido audiência, os carros continuam andando a apenas 300/350 Km/h. Umas tartarugas. Bom mesmo são as lutas do UFC com nocautes breves. Alguém me disse que não gosta de futebol por que o tempo de uma partida leva longa uma hora e meia.

Video clip é que é massa. Fast food, também.

Observando Noninha, vejo-a com pouca paciência para se entreter com qualquer brinquedo. Logo logo ela se enfastia e passa a outro. Criança eu demorava horas para fazer meus próprios brinquedos: pipas, carrinhos de carretel de linha, suportes para conduzir rodinhas, bolas de meia de seda, e tantos outros.

Por que de tanta urgência? Não se pode perder com isto o importante? Eu mesmo sinto isto quando me deparo com o meu tempo. Minha vida de 20 aos 60 anos foi ZUPT. Agora, para minha surpresa quando saio às ruas me encanto com as árvores, distingo suas folhas, sua configuração, seus troncos, seus galhos.

Estou aprendendo a escolher frutas, verduras e legumes nas quitandas, ouvir conversas a fiado, cumprimentar pessoas desconhecidas quando cruzo com elas nas ruas. O fato de ter nos tornado sujeitos para o trabalho como fim mercadológico tirou de nós a possibilidade de experimentar a contemplação.

Sem frescura, mas com vitalidade.

Lembro-me quando jovem após fazer o meu primeiro exame de vista mandei fazer os meus primeiros óculos. Quando os coloquei, em uma ótica no centro da cidade, vim andando pela Avenida Afonso Pena maravilhado com as luzes sem máscaras e turvas. A cor do novo mundo me encantou e eu me perguntei:

- “Por que não fiz antes estes óculos, meu Deus”?



Até breve, sem pressa.

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