quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

TEMPO



Não, longe disso, acho mais do que natural, importante, necessário, educado, civilizado e tudo que for mais adequado: desejar a todos boas festas e feliz ano novo.

Também não sou assim tão frio ou ignorante a ponto de achar tudo uma chatice. Não, longe de mim uma coisa desta. A questão é que eu não acho, eu tenho mesmo por convicção que já é hora de sermos mais criativos e inventar algo mais interessante para fazer no fim de cada ano.

Tá bom, pode até rolar festas, tudo bem. Pode rolar presentes, claro o comércio varejista divide o ano em três datas: Natal, mães e namorados. O que fazer se a ilusão é que vende?

Pode rolar até feriado e, em minha opinião, pode até ser fixo: Natal sempre na penúltima terça-feira e fim de ano sempre na última, independente do dia do mês. Ninguém tá ligado mesmo.

Pode ter até cenas de confraternização corporativa, familiar, classista, e outras embromidades. Tá valendo, até porque algumas são mesmo emocionantes. Mas todo ano tem que ser a mesma xaropada?

Que tal, na última segunda-feira de cada ano, fazermos um mutirão cívico, tendo como núcleo de ação a rua. Sim, a rua. Reservada única e exclusivamente para as pessoas se cruzarem, se cumprimentarem com um alô que seja, para trocarem amenidades, abrirem uma amizade, se falarem enfim.

Então circularão apenas veículos de serviços à comunidade: ambulâncias, viaturas policiais, composições do corpo de bombeiros. E só, nada de ônibus, caminhões, trens, metrô, aviões,  monociclos, biciclos, triciclos, assemelhados e demais tocados mecanicamente ou a feijão.

Carros de passeio ou de aluguel, naturalmente, também não circularão. Caso aconteça o transgressor será detido e levado junto com o veículo para um pátio e lá permanecerá até a zero hora de terça-feira. No pátio poderá descer do veículo para interagir com os demais transgressores  detidos, mas não poderá sair dos limites do pátio.

Assim, somente poderão circular veículos de assistência, segurança e resgate sem uso de sirenes.

E pessoas.

Nenhuma casa de comércio abrirá as portas, exceto aquelas destinadas à alimentação e drogarias.

Serão permitidos comerciantes ambulantes, que poderão vender comida e bebida exceto aquelas contendo álcool. Quem for pego vendendo e/ou ingerindo álcool será detido na forma da Lei e levados para o pátio onde se encontrarão com outros transgressores.

Recomenda-se que agremiações de diferentes escopos, associações de classes, guetos, trupes e gangues não se aproveitem para ensaiarem manifestações de qualquer cunho. Quem insistir, pátio neles.

Enfim, a ideia é simples. A rua será exclusivamente para o trânsito de pessoas.

Eu num sei, mas deve vir algo de novo daí. Ainda aposto que um ou outro proponha uma ação legal onde a gente possa se engajar. E, se não resultar em nada, pelo menos fitamos, uns aos outros, com maior interesse.

Pretinha e Claudinho devem ir para rua. Eu ficarei pajeando Liz. Por um tempo, do alto do meu apartamento estaremos, eu e minha netinha, admirando as pessoas se encontrando, trocando palavras e o som do acalorado alarido me fará afinal feliz.

Depois descerei para a rua e passearei empurrando o carrinho onde carrego minha netinha.

Liz fará o maior sucesso entre os transeuntes.

Eu acho.



Até breve.

5 comentários:

  1. Que mêda deste pátio ?!?!

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  2. Esquenta não, nós nos encontramos lá.

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  3. Guarda um lugar no pátio para mim também ....

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  4. Que pena que você acha isso....Tá tudo tão bom do jeito que está. A gente se encontra, troca presentes, põe a conversa em dia. E nada de diferente prá atrapalhar. Pensa bem... Isso não pode mudar, pode?

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