quarta-feira, 10 de março de 2021

TRALHA V

 

 

Todo ato humano é um ato político. O autojuízo e/ou o juízo que se faz de cada ato é Moral, Amoral ou Imoral.

O ato do juiz em juízo foi um ato político. Imoral pode ter sido cometê-lo, usando de suas prerrogativas, com o forte propósito de eliminar o direito de outrem a gozar de vantagens a que ele próprio se propunha.

O ato do juiz em juízo foi um ato político. Moral pode ter sido cometê-lo, usando de suas prerrogativas, com o forte propósito de ir ao encontro do anseio seu e de milhões de outros que ansiavam para que se fizesse algo para cessar o crime.

Julgar o juiz em juízo é um ato político. Imoral é, em sendo juiz da Suprema Corte, usando de suas prerrogativas, com o forte propósito de eliminar o direito do juiz, cercear as ações para debelar os atos criminosos publicamente conhecidos e abominados.

Julgar o juiz em juízo é um ato político. Moral, em sendo juiz da Suprema Corte, pode ter sido cometê-lo, usando de suas prerrogativas, com o forte propósito de garantir a tese essencial de que “não se pode cometer um crime para debelar outro crime”. Os fins não justificam os meios.

Julgá-los é um ato político. Moral ou imoral, segundo princípios de cada um.

Desconhecer esta assertiva é amoral, que também político.

A Arte é, em si, Política, já que transformadora da realidade.

A buceta escancarada na tela A origem do Mundo, de Courbet, exposta no Museu d’Orsay em Paris, é Política. Esta minha frase sofrerá juízo moral, portanto, político.

Daí o drama de ser sujeito em sociedade. Com viver e conviver com sujeitos políticos.

Sempre achei que Democracia começa com Demo, com o outro, como queria Sartre: “O Inferno são os outros”. Esquecer isto é um ato político de arbítrio, próprio dos déspotas.

Tudo isto para dizer que, como artista e consultor empresarial, estou fazendo um juízo largo de meus atos, já que é, em essência, descobrir-se e aplicar-se no mundo.

Com que Moral?

Morô?


Até breve.



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