segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

TUPI





Vão dizer que eu entrei no Bolso.

Mas gostei do discurso do Ministro. Parte dele, boa parte dele. Do discurso, claro.

Gosto de ele ter usado Clarice e Pessoa, esses monstros sagrados.

Desvelamento, liberdade e conhecimento. Deixemos de olhar o espelho e nos voltemos às janelas.

Quase uma síntese de um tudo que foi dito.

Gosto de manifestações apaixonadas, dos transloucados, dos que creem. Gosto, porque me identifico. Mesmo que visceralmente não acordado para o que é dito, mesmo me corroendo todo, mesmo sendo radicalmente contra, quase odiando (já que não sou capaz).

“Respeite as leis más. Você poderá se ver em situação de criar boas leis e não deverá dar a ninguém o direito de desrespeita-las.” J. J. Rosseau.

Gosto da explicitação, prefiro à dissimulação que nos leva ao engodo. Mesmo que o que se explicita esteja carregado de matizes, nuances.

Gosto da coragem, que coloca o coração em risco. A Vida em risco.

Policarpo Quaresma na veia.

Este país ainda descobrirá seu ideal. Mesmo que se torne um grande Portugal.

Gosto de ir às entranhas, remexer, da angústia de ser.

Gosto da história do menino de vinte e dois anos que entrou no ministério e viu o quadro de Dom Pedro I bradando com a espada às alturas. Tão marcado pelo fato que este menino hoje, senhor da casa, clama pela mesma liberdade e diz não ter medo.

Dois posts, dois nervos (Íris e Tupi): Família e Pátria.

Caramba e nós que achávamos que iriam mexer na Previdência, mas serão tão imprevidentes?

Quem viver será?



Até breve.

NOTA: Os índios de língua tupi habitavam quase todo o litoral brasileiro, pela época do descobrimento, e foram os primeiros a estabelecer contato com os colonizadores europeus. 

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