segunda-feira, 24 de outubro de 2016

FUGAZ



Ontem, pela manhã, cruzei com Nelson. Nelson Cruz, laureado com Jabuti e que concorre novamente pela sexta vez ao prêmio. Conversa de minutos, mas dentro dela, sobre o processo criativo.

Nelson lembrou-se de uma entrevista de Fernando Sabino sobre o tema. O repórter havia perguntado à Sabino como ele produzia seus textos.

- Simples, eu coloco uma folha de papel na máquina de escrever e... Corto os pulsos.

Na sexta-feira no Som do Vinil do Canal Brasil, com o titânico Charles Gavin, Adriana Calcanhoto a propósito da obra de Lupicínio Rodrigues.  Lupe, como era chamado, compôs músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos.

Adriana disse que certa vez Caetano foi convidado a ouvir Lupicínio em grupo seleto de amigos do músico. Caetano sentou-se ao lado da esposa de Lupe. Na terceira ou quarta música, Caetano teria sido cutucado pela esposa do compositor e ouvido dela: “É tudo mentira!”.

Gavin, deixou uma pergunta no ar: “O que foi feito do amor?”.

Na sexta, ainda, assisti a Juventudes Roubadas, baseado na vida e obra da escritora inglesa Vera Brittain. Filme do diretor James Kent narra a trajetória de Vera que, contra a vontade do pai, consegue uma vaga na Universidade de Oxford. Mas não demora até que a Primeira Guerra Mundial mude seus planos.

O roteiro versa sobre os descaminhos do amor de Vera ao irmão, ao amigo e ao noivo durante a Primeira Guerra Mundial. Os relatos da escritora são considerados os mais fiéis a respeito do conflito.

No sábado, fomos tomar café na cafeteria da filha de uma amiga nossa. Thaís é uma belezura de trinta e poucos anos e lá, papo vai papo vem, perguntei sobre relacionamentos.

- Efêmeros e descartáveis... Pessoas são como celulares, usa-se e descarta-se caso não esteja atendendo às expectativas. Não há vínculos, compromissos, propósitos...

À noite do sábado, assisti à Queda Livre.  A história do filme é centrada em Marc policial à espera do filho que sua namorada carrega. O que Marc não poderia imaginar era que sua convivência com o policial Kay se tornaria muito mais intensa e íntima, fazendo com que os dois se envolvessem em um relacionamento. Marc precisa, então, fazer uma escolha entre o homem com quem vivencia uma experiência nova e a mulher que espera um filho seu.

Final de semana rico para pensar. O amor...

Noninha, em uma manhã dessas, colheu uma flor no jardim do prédio onde mora. Pediu à Josi um copo com água e depois colocou debaixo do abajur que fica em um dos criados ao lado da cama da mãe. Acendeu o abajur.

À tardinha, quando voltou da escola, Noninha retirou de lá e levou para seu quarto e, ao lado, colocou uma lanterna. Acesa.






Até breve.

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