sexta-feira, 26 de agosto de 2016

SOPRO



Emblemática a campanha da agência África para incentivar a venda de ingressos dos Jogos Paralímpicos. Atores globais, para “gerar visibilidade”, “representando” atletas que portam deficiências físicas.

Aliás, alguém me explique aí, por favor.

Por que Olimpíadas e Paralimpíadas?

Por que aquela que congrega os “sãos” e outra que acolhe os que “lhes faltam”? Há mais perversa e abominável forma de distinção?

Mais tenebrosa é a justificativa para a mudança de Paraolimpíadas para Paralimpíadas.

A mudança foi um pedido feito pelo Comitê Paralímpico Internacional.

Isso porque outros países de língua portuguesa como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste usam o termo Paralimpíadas, e o Comitê quis igualar o uso da palavra. Além disso, a palavra "olimpíadas" é usada em outra organização esportiva, o Comitê Olímpico Internacional.

Para quem não sabe, a palavra vem do inglês "paralympic", que mistura o início do termo "paraplegic" e com o final de "olympics" para designar o atleta paralímpico.

Essas lógicas me dão náuseas.

Afinal, por que não uma única Olimpíada? Assim mesmo no singular.

Com uma única abertura e encerramento. No mesmo local, dentro do mesmo período com a mesma mídia, reconhecimento e louvor.

Por quê?

Na época do poetinha tinha dele uma expressão: “Perdoem-me as mulheres feias, mas a beleza é fundamental”. O Belo é o que marca, posto que ilusão temporária, mesmo que ele, o Tempo, leve à deficiência, à decrepitude.

E tudo será feio?



 BRIGITTEs BARDOTs


Até breve.


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