quinta-feira, 11 de junho de 2015

BESTIZAR



Escrever não é assim tão simples. Tem suas complexidades, inclusive estruturais. Vírgulas, pontos, dois pontos, pontos e vírgulas, reticências, exclamações e interrogações. Tem ainda concordância, métrica, ritmo, estilo, consistência, e um carrilhão de outros saberes.

Hoje, por exemplo, assisti em vídeo um psicanalista cunhar uma preciosidade, não sei se dele, pouco importa. Alfabestizar.

A tecnologia computadoracional sublinha a palavra e me pede que eu a corrija. Inclusive essa, ou será esta, antes de sublinha.

Mas no escrever não é de palavras que se diz. Nem de estruturas.

Exceto para normatizantes (eu sei que tá errado), pobres professores inclusive de redação. Redigir não se aprende, acho que é, como assim, jogar bola. É só lendo, inclusive livros, que se bulina com as letras. 

Escrever eu preferia que fosse de um erro. Quando se toma de um olhar para algo vai logo se enviesando aquilo para o que se olha, portanto de um erro. Escrever não pode de ter exatidão.

Se não perde e muito daquele que alfa e beta.

Só estou fazendo este post porque não há nada que me inspire outra coisa, nem nada, que já sempre de foi um tema instigante para escrever uma obra inteira de mil volumes. Em papel.

Viu como escrever não pede parâmetro? Juízo quem faz é dos doidos, os medíocres, ou encarcerados em cadeiras que revezam imortais. Arq!!!

Tem gente que tira zero no ENEM. E fica fora sem uni ver cidade. Claro, porque não aprendeu a escrever, desenvolver uma ideia como princípio, meio e fim. Uma lógica, uma estética, uma permissão do que, do como.

É como me sinto hoje de novo.

Um historiador aí, nem sei o nome, aprontou de dizer que as tecnologias trouxeram transformações muitos mais relevantes do que a Política. A História, especialmente os tempos contemporâneos sofreram e sofrem mutações muito mais abruptas do que todas as revoluções sociais já havidas.

Sobra o quê, então? Se não há espaço para as revoluções pela via política vamos cada vez mais nos aprofundarmos em um beco que tem no final um paredão.

Em junho de 2013 o povo foi às ruas tresloucadamente. Talvez instigado por uma propaganda bem bolada de uma montadora de automóveis. A ação popular foi fisgada pelo texto publicitário conclamando para ir para as ruas.

Um dos cartazes pedia a reforma política, como se pudesse estar ali a raiz da nossa amargura. Dois anos depois, bilhões de reais queimados depois, inúmeros escândalos depois, a política urgiu uma reforma, concluída hoje.

Mudanças cosméticas, pilhérias para nós trouxas, idiotas.

E que nos torna, a cada dia que passa, mais bestas.


Até breve. 

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