quinta-feira, 9 de abril de 2015

NORMALIDADES



Ao voltar ao Brasil deparei-me com uma notícia alvissareira: a verdade foi revelada.

Vamos agora ter governo.

Sim, porque desde as eleições, ou um pouco antes delas, estávamos em clima de disputa “para eleitor ver”.

Passada a galhofa de que o país se viu até dividido entre vermelhos e azuis, voltamos à temperatura que mantém o país nos eixos da governabilidade histórica desde a saída dos grilhões da ditadura militar.

Dom Sarney e asseclas, extraordinariamente astutos “derrubaram” as ilusões da comandante-em-chefe e mostraram quem há mais de três décadas dá as cartas.

Tornaram-se desnecessárias as passeatas clamando pelo impeachment até porque, na trama, será bem urdido pela gentalha peemedebista, meios e modos de passar ao país a inconveniência de tal processo.

Continuo, portanto, com minha impressão de que o Brasil tem um modelo de governança digno de ser pesquisado pelos mais luminares cientistas da política contemporânea.

O que virá agora depois do “golpe branco”? Acertos de engenharia refinada entre os poderes constituídos, alguns agrados no caixa da mídia formadora de opinião, um ou outro espetáculo de prisão de elementos sem expressão política, acordos de leniência, enfim, ajustes finos para que o país volte ao clima de tranquilidade aparente.

Para as próximas eleições que ninguém duvide: o PMDB não terá candidato à Presidência, mas continuará governando ou impedindo que se governe para poder voltar a governar.

Eu já estava começando a gostar dos acalorados debates nas famílias, entre amigos nas mesas de bar, programas de audiência para a cena política. Gente que condena o PT e defende, com reservas, o PSDB.

Dava um ar de consciência e evolução política da sociedade, o que cai muito bem para a teoria democrática. O povo, afinal, precisa acreditar que tem alguma força, mas quem tem mesmo o poder está lá e há muito tempo.

Levam de roldão a todos, segundo a conveniência de época: Itamar, Collor, agora Dilma e, podem acreditar, até mesmo o Lula peemedebou-se.

Bom, pelo menos o Brasilzinho volta a ser nossa republicazinha em paz social. Viram que começaram a aprovar as medidas enviadas ao Congresso.

Eu devia mesmo é atender ao leitor que, em comentário, disse que adora quando esse blog trata de viagens. A viagem que faço sobre política consegue acrescentar menos ainda do que as próprias.




Até breve.

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