sexta-feira, 27 de junho de 2014

ESPAÇO



“Use sua imaginação, mas cuide para que sua alma não se torne prisioneira dessa. Use sua imaginação para continuar idealizando o mundo em que você prefere existir, mas cuide para não se frustrar por ainda não estar aí.”

Em três anos de blog nunca fiquei tantos dias sem postar. Por quê? Não há nenhuma razão objetiva que justifique meu afastamento tão expressivo.

Talvez o marasmo que tomou conta por força da Copa do Mundo, com suas decepções, azares, surpresas e mordidas. Talvez a ausência de algum episódio no macro ou no micro do meu mundo que pudesse inspirar à post.

Mas e se usasse, como querem os astros, a imaginação, zelando para não ficar mais escravo dela do que já sou?

Eu diria.

Noninha está a pouco mais de um mês para completar dois anos de idade. Não produz frases completas ainda, mas faz registros surpreendentes de seu cotidiano e cobra de nós coerência e consistência em nossas promessas. Com ela a mentira tem pernas curtas.

Se combinar com ela é melhor cumprir, caso contrário ela expõe a constrangimento. Está sempre ligada no coletivo. Se inventarmos qualquer programa ela logo indaga: Tinzão vai? Mamãe vai? Dindinha vai? Vovó vai? E quando respondemos que alguém não vai ela exclama comovida: Tadinha.

Valentin, por sua vez, solta os seus primeiros grunhidos, dá suas primeiras risadas e suporta com certo pavor as investidas emocionadas da irmãnzinha.

Vêem, não é tão difícil a mim o uso da imaginação já que meu cotidiano junto aos meus netinhos são quase oníricos. Ficaram adormecidas minhas inquietações provocadas pelo olhar ao redor, esquecidas como se houvessem cessado.

Mas não, a estabilidade mórbida ainda se faz presente. Os fatos do cotidiano ainda se repetem sistemática e deliberadamente.

Vou dando um tempo a eles, como se pudesse imaginar um tempo distinto, para o qual inventaria outro texto. Sem me frustrar, contudo.



Até breve.

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