quinta-feira, 2 de setembro de 2021

PRIMAVERA

“Eu gostaria de pacificar o conceito de força como aquilo capaz de produzir e suportar elos”. (Juliana Monteiro) 


Assisti com especial interesse e atenção à conferência de JARED DIAMOND, biólogo americano evolucionário, fisiologista, biogeógrafo e autor de não-ficção. É mais conhecido no Brasil pelo seu livro Armas, Germes e Aço. Em 1997 foi vencedor do Prêmio Pulitzer.

A oportunidade faz parte do ciclo de cinco conferências de proeminentes pensadores da atualidade em diferentes campos do conhecimento realizada pela plataforma Fronteiras do Pensamento que ocorrerão a cada mês até dezembro de 2021.

Basicamente Diamond coloca a pandemia como uma experiência relevante para a Humanidade porque, na opinião dele, foi o primeiro acontecimento em escala verdadeiramente global que afetou, e ainda afeta, a todos os habitantes do planeta.

Ele vê a COVID19 como um alerta expressivo para as lideranças de todo o mundo no enfrentamento do que considera os três maiores desafios do contemporâneo: as mudanças climáticas, o insustentável uso de materiais e a desigualdade econômico-social.

Estes três desafios conjugados e interligados, um determinando o outro ou amplificando os seus efeitos, estão seguramente muito para além das agendas que ocupam as lideranças internacionais, aumentando ainda mais os efeitos decorrentes.

É cada dia mais patente a extensão dos desastres ecológicos: o verão europeu com a marca recorde de 50ºC na Itália; enchentes, queimadas, terremotos. Na noite de ontem, a cidade de Nova Iorque foi assolada com a chuva mais intensa dos últimos 156 anos.

Tenho ocupado os meus amigos com singelos poemetos ilustrados com fotografias de minha morada. Assim como historinhas e episódios que têm meus netinhos como protagonistas.

Quem visita minhas páginas comenta que vivo num paraíso, compartilhando-o com uma família maravilhosa.

Sim, a Vida tem sido muito generosa para comigo e pelo que agradeço todos os dias.

Às vezes penso que minhas postagens devem soar, para alguns, como ostentação barata, fuga ou alienação dos graves problemas que nos assolam.

Às vezes penso que deveria engrossar a fileira daqueles que, em redes sociais, militam com suas ideias na esfera política procurando dar sua contribuição aos debates ou apontando denúncias dos fatos avassaladores do cotidiano.

Tenho dúvidas dos efeitos práticos desta ação. Penso que, de alguma forma, algumas inserções com milhares de adeptos contribuem de forma expressiva no agravamento das nossas mazelas.

Perdoem-me o textão. Eu poderia simplesmente postar a letra da canção Sol de Primavera do Beto Guedes. Não deixem de assisti-lo no YouTube. Musicada, ela fica mais intensa.

 

Quando entrar setembro

E a boa nova andar nos campos

Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou juntos outra vez

Já sonhamos juntos

Semeando as canções no vento

Quero ver crescer nossa voz

No que falta sonhar

Já choramos muito

Muitos se perderam no caminho

Mesmo assim, não custa inventar

Uma nova canção que venha nos trazer

Sol de primavera

Abre as janelas do meu peito

A lição sabemos de cor

Só nos resta aprender

 

Pois é.




Até breve.

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