segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

EQUAÇÃO





Cultura no do Turismo ou Turismo no da Cultura? Não é um debate irrelevante olhado sob a perspectiva econômica.

Colocada à margem a questão mais “nervosa” que diz respeito à identidade, tanto das maravilhas do “país bonito por natureza” quanto à produção artística, vale a pena “pensar” (como propõe Regina) a questão.

O Brasil é um diamante bruto de alto quilate a ser explorado. Nosso país tem um patrimônio vastíssimo e diversificado de oportunidades a serem estimuladas através de investimentos na indústria mais limpa do mundo.

Tem clima sem extremos expressivos, um mercado de oferta de mão de obra abundante e um calendário amplo, eclético e original de eventos culturais ímpares e extraordinários, além de uma beleza natural com milhares de espaços contemplativos de tirar o folego.

Há, no entanto e historicamente, a dilapidação gradual e contínua da marca BRASIL para o consumidor local e externo.

BRASIL é um “produto” que está com a marca arranhada pela “guerra civil”, pela corrupção endêmica e por um governo travado pela impossibilidade objetiva de, no curto prazo, viabilizar programas de fomento e desenvolvimento da indústria do turismo e de bens culturais.

2020 contempla um orçamento com mais de R$100bi de déficit e a administração atual não cometerá as mesmas soluções mandraquianas de criar incentivos via renúncia fiscal, expansão delirante do consumo e, naturalmente, pedaladas. Quem cometeu deu no que deu.

Reformas fiscais e administrativas são vitais e de expressivo impacto (estão sendo implantadas com décadas de atraso), mas vão dar retorno lá pelo final dos anos 30.

Não conheço nenhum movimento e não encontro lideranças capazes e ousadas o suficiente para pensar uma virada de expectativas no produto e na marca que faça dolarestur inundarem o país.

Julho de 2013 não resultou em um levante que pudesse alimentar corações e mentes para uma revolução que colocasse o país em rota de crescimento e desenvolvimento sustentável.

Estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, sinistrados durante anos por bárbaros sanguessugas e vitimados recentemente pela revolta da natureza, estão lançados à mingua de seus recursos para custeio da máquina.

Sim, o turismo e bens culturais deveriam ser a nossa escolha estratégica como catapulta ao crescimento, mas a Cultura brasileira ocupada por questiúnculas patrocinadas por suas expressões históricas mais celebres, e que encontra acolhida e eco nas redes sociais, acaba obnubilando qualquer reflexão mais profunda e tira do debate cérebros melhor credenciados para “pensar”.

De qualquer maneira, Regina, eu acho que você fará um belo trabalho à frente da Cultura, conciliando as intrigas e maledicências de “artistas” que, atualmente estando de mal uns com os outros, farão as pazes para surpresa e delírio geral da nação.


E assim, é de todo provável que, por extensão, famílias inteiras, casais, amigos históricos se reconciliem e esqueçam de vez pendengas escatológicas e histericológicas.

Não é pouco.


Até breve.

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