segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

ÁRVORE




Também se acaba vivendo tempo de invertimentos. Deveria no de certo era os mais adiante legar pros mais de perto. Só que não foi assim que se deu. Pelo menos, no caso.

No dia que eles foram embora para Lages, Liz trouxe prá mim um volume. Claro que avistei que dentro tinha um livro. Ela foi breve: “Procê, vovô.” E foi assim e pronto. Só que já lá ia indo para encontrar com a mãe que juntava os trem para pegar a coisa que voa e se voltou. “Abre, vô.”

Quando abri me deparei: Caderno de Poesias - Maria Bethânia. Liz tomou o livro de minhas mãos e abriu na página onde, ela e Valentin, tinham feito desenhos. Pretinha, dedicatória.






“Canto o crepúsculo da tarde
E o clarão da linda aurora
Canto aquilo que me alegra
E aquilo que me apavora”
(Patativa do Assaré)

“A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem (para a morte) entre árvores e esquecimento”
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa).

“Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida”
Renato Teixeira

“O corpo a corpo com a vida se odeia no índio
O que se odeia no índio é a permanência da infância”
Reynaldo Jardim

“Quem desconfia, fica sábio.”
Guimarães Rosa

“Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vinicius de Moraes


E foi aí que ieu tomei o livro todo de um gole só e mirando no DVD.



Até breve.


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