segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

FOSSO



Duas ou três coisas para comentar depois destes dias emudecido aqui e nas redes sociais.

Liz (Noninha) cresce a olhos vistos e, a cada dia, dizendo a que veio. Tin (Valentin) dando sinais de que fará algo diferenciado com a bola nos pés. Sem exageros, o garoto tem senso de craque. Antônio, ele não fita a ninguém diretamente, procura sozinho o que lhe interessa. Autonomia pura.

Helena cresce no útero. A dois meses de vir à luz, seu fêmur já mede seis centímetros e o ultrassom mostra, também, fios sobre o couro cabeludo.

Sempre achei que a parte do filme que eu curtiria mais seria quando eu fosse coadjuvante de meus netos. No real é extraordinariamente mais difícil desempenhar o papel do que quando os projetava.

Quanto ao interesse pelo que se passa no campo da Política Institucional brochei. Estou como Tom Jobin quando consultado sobre a saída para a música brasileira. Jobin teria respondido: o aeroporto. A repórter insistiu esperando que ele desse uma resposta estimuladora e ele: o aeroporto. Mais uma vez a repórter pede que ele “melhore a resposta”. Jobin meneia o corpo de um lado para o outro, abre os braços e os move alternadamente para cima e para baixo simulando um avião.

Acho que o Galeão recebeu o nome do Iluminado por isto.

A saída para a Política Institucional, assim como para a cultura, e outras mazelas, é o aeroporto. Recebi hoje, via WhatsApp, uma mensagem provocativa: uma amiga dizendo que pensa seriamente em ir morar fora. Não porque seja naturalmente melhor, mas porque isto aqui chegou ao limite do sustentável.

E quer queiram ou não muito longe de dar sinais de que algo mude.

Se bem que vem de lá de fora a dor do dia: a demolição do acampamento de refugiados em Calais, na França. As vítimas estarão sendo transferidas para um Centro de Acolhimento Provisório, estrutura cercada e monitorada por seguranças.

Claro que há dramas maiores do que pode imaginar a nossa mais profunda alienação e, por consequência, omissão.

Sobre Oscar? Ah, sim. Excelente jogador brasileiro de basquete.

Um último comentário é que completei 64 no sábado. Fiz questão de passar a data apenas com minha família: Ela, filhos, genro e noras e, especialmente, com os meus netos. Claro que recebi, através de diferentes meios de comunicação, votos - inclusive de felicidade, saúde e sucesso - de muitos amigos e parentes.

Hoje, zapeei o feicebuque e curti contribuição de um “amigo”. Escreveu ele: “Acredito que, se bem escolhidos, dez ou doze romances podem dar conta de tudo que realmente importa na trajetória do homem no planeta”.

Postei um comentário na página do “amigo”: “O romance da trajetória do homem no planeta ainda está para ser escrito, e cabe em uma pedra de 50x50 cm. É sua lápide. A grande maioria nem lápide terão quiçá romances”.

Apenas para que meus poucos leitores saibam por onde ando.



Até breve.

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