terça-feira, 6 de agosto de 2013

DATA



Um feijãozinho cresce em Pretinha. Noninha fez um aninho. Pitti espera. Qualquer hora, também, a alegria vai bater em outro endereço. Nossa vida alcança transtornos e mudança de hábitos, agendas, costumes, compromissos, relações.

O ciclo da vida continua como vimos em Oslo.

Ocorre que hoje dia 06 de agosto de 1945 uma bomba caiu no Japão matando cento e cinquenta mil pessoas em minuto. Hoje, porém, 06 de agosto de 2013, sessenta e oito anos depois há sim uma tensão calada em nome de fanatismo e posse nuclear.

Melhor não lembrar e nem falar sobre isto. Mesmo estando ainda com as imagens presentes do Memorial da Guerra Pátria e as gotas de cristais do Salão de Lágrimas. Mesmo tendo presente pesquisa realizada por consórcio de universidades americanas e europeias de que o primeiro temor que move as pessoas consultadas em 165 países seja a potencialidade de uma nova hecatombe nuclear.

Melhor não falar sobre isto.

Noninha ontem na minha presença e de Claudinho deu sozinha dois ou três passos. Impossível para eu imaginar o que significa isto para ela. Quando ela percebeu o feito sentou-se e continuou entretida com duas conchinhas que tinha, uma em cada mão, que provavelmente fizeram com que ela se esquecesse do perigo de andar.

Ontem fui a duas lojas de brinquedos e me interessei por um fogãozinho, um armário de cozinha, um armário de quarto e uma geladeira, todos feitos em produto reciclável e com coraçõezinhos rosa. A cara de Noninha.

Estamos decorando a casinha do sítio. Provavelmente vamos colocar uma prateleira sobre o fogãozinho de onde penderá conchas, coleres de pau, escumadeiras e outros utensílios. Faltam olhar ainda uma mesinha, cadeiras e já consultamos sobre um sofazinho destes que vendem em lojas Pet.

Noninha seguramente olhará para aquilo e preferirá coisas mais óbvias como uma pedrinha qualquer, um trenzinho qualquer, já que a própria fábrica de brinquedos sinaliza que aqueles moveizinhos servem a crianças com mais de três anos.

A vida urge, então.

Ontem também me deparei com um poema de Cláudia Roquete Pinto publicado na Revista Cult (edição 181):
“...
Quando o mundo ainda era nítido
- e tudo se quedava oferto,
explícito –
a solidez das coisas me enredava,
Mas fui confundindo o fio
Com a meada
E agora o panorama é um tanto pífio.
Agora não há brilho que me cegue.
Nem mesmo minha sombra me persegue
se todo passo dá no precipício.”

Melhor mesmo é ver Noninha com seu macacãozinho de balões, para nossa viagem à Lua.




Até breve.

2 comentários:

  1. Não esqueça de colocar um tablet na casinha , wifi, , substitua o fogãozinho por microondinhas, maquininha de lavar e secar pratinhos,
    bjos, liz

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