quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

FAZENDO



Estamos em uma fazenda, de propriedade de PER e RIJ, a cem quilômetros de Porto Seguro, Bahia. Chegamos essa madrugada, ficaremos até sexta, quando vamos para Arraial da Ajuda. Lá acontecerá o sessentenário (essa expressão é do Lé) de WCA.

Hoje cedo acordei com uma tremura no solo do quarto. Abri a janela e me deparei com o que PER havia dito, quando vínhamos para cá. “Amanhã vai ter embarque”. O barulho era das patas do gado, chegando próximo ao curral de onde seriam embarcados em caminhão para o frigorífico.

Dá um revertério no dial. Ontem eu estive boa parte do dia em reunião de Comitê Diretivo. Uma prensa. Hoje amanheço no mato e acordo com cheiro de oxigênio nas ventas. Presencio algo do corriqueiro, de onde vêm os víveres para a urbe. Soube do sujeito que traz o olho, o que compra o gado: “Tem que ser de escolha porque é dirigido ao consumidor final, exigente”.

Como já disse, operação de rotina, mas para mim que não quero perder nenhum segundo a vista, nem a prazo, foi de aprender. O gado é trazido do pasto, confinado dentro do curral, o taxiboi estaciona de ré próximo à guia de transporte. Cabeça por cabeça é orientada para entrar nesta guia e lançada na carroceria do caminhão.

Observado o evento, devidamente registrado em IPad, fomos para a casa do Aílton, administrador da fazenda,  e lá, outro fato da rotina. Café, suco de graviola com manga, biscoitos de polvilho, ovos quentes, pão francês ou pão integral abraçando queijo mussarela. Água de côco. Banana da terra.

Silêncio...

Quebrado com o burburinho de patos, gansos, galinhas e perus que correm para se fartarem de algo lançado por aquela auxiliar ali, dentro do extenso galinheiro. Do fundo vozinhas , neto de Aílton e outras crianças, trocando impressões sobre a penca de brinquedos trazidos por RIJ.

PER acabou de sentar aqui na minha frente para trazer a narração de um problema. Na contagem final das cabeças dentro do taxiboi faltou uma. Os vaqueiros saíram à busca do fugitivo que teria sido encontrado e embarcado.

Pois é.

O almoço foi assim: arroz branco, feijão daqueles, bobrinha, rabada e fígado tirados no de pé de vaca, ali colhida hoje mesmo. Suco de graviola, ceuveja e prá que mais. Trem bão de num esquecer.

Aí rede de varanda com brisa vinda de longe a beça pelos vales adiante.

À tarde vem de reconhecimento do terreno, por onde andam as reses, marcadas com o signo da propriedade. Pontos brancos, escuros, pardos num mundaréu de terra no vazio de um silêncio ocupado por vento maneiro.

Compras na cidade, suprimentos e depois a noite que promete no cardápio: queimar uma carninha, ceuveja, visky e outros quereres. E, sobretudo, prosa. Para não perder a dimensão do simples.

Uma saudade fininha dos gritinhos e gargalhadas de Noninha. Apenas.

Até breve.

Um comentário:

  1. Êhh vidão.. caba não.. Mateo está igual a você..comendo, dormindo e curtindo a barriga. Não quer saber de nascer não. rsrsrrs E Noninha tá linda.. conversando até.bjos

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