domingo, 25 de novembro de 2012

NOVO



Desde quarta eu não posto. E não foi por falta de tempo ou por perda de interesse na tarefa. É mais por falta de assunto mesmo. Comentar o mesmo, nem eu suporto mais.

Do tipo:

Cachoeira foi condenado e, como já cumpriu 1/6 da pena que lhe foi imposta, ele está livre até para chorar aos pés do túmulo da mãe, ao lado de sua cândida esposa. O tempo de reclusão não foi sequer suficiente para ele esquecer os procedimentos laborais. Eu acho que ele volta com tudo, alguém tem dúvida?

O terror em São Paulo segue dentro da normalidade, com chacinas noturnas de inocentes e policiais militares aposentados ou que operam na retaguarda administrativa. Entre estes o assassinato da jovem de 25 anos, militante antiviolência da pastoral de seu bairro. Banal.

Síria, Gaza, Egito e outros, sem alteração apesar de ameaças de cessar-fogo.

Dilma mandou embora sua chefe de gabinete de São Paulo. Motivo: corrupção.

Caixa investiu R$600 milhões para virar sócia de grupo endividado.

Mano Menezes foi mandado embora da seleção. Motivo: política.

Alagamentos, desabamentos, calamidades e assemelhados não previsíveis de verão, normais. A mídia já foi flagrada fazendo Control C e Control V em fotos e textos de anos anteriores. Um absurdo.

Roberto Carlos, no show de final de ano: canta com As Empreguetes e dança “Ai, se eu te pego”.

Estou em crise, é verdade. É que na terça eu faço palestra para cento e sessenta dirigentes e gestores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Tema: Inovação e Liderança. Eu falo o quê?

Estou pensando em caminhar por um viés assim meio punk, do tipo: o novo é mesmo uma repetição travestida de sinuosas formas e embelezada pela embalagem celofane de cores e dispositivos eletroeletrônicos. Vide a Black Friday tupiniquim.

No fundo, minha dor é perceber que ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.

Vou propor aos meus ouvintes da palestra que voltemos a Moisés e sua tábua de salvação com seus dez preceitos essenciais. Ali foi quando começou tudo. Se quisermos inovar de fato e com elevado espírito de liderança, podemos apenas seguir o que já foi estabelecido.

Tem também Capistrano de Abreu, menos conhecido, mas suficiente quando propôs o texto completo para a Constituição Brasileira:

ARTIGO PRIMEIRO E ÚNICO: Todo brasileiro tem que ter vergonha na cara.
Revogam-se as disposições em contrário.


Até breve.

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