sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

REAL

 



Há uma disputa milenar no âmbito das organizações, entre as chamadas “áreas-meio” e áreas-fim”, por quem tem mais relevância. Observa-se que são contundentes os impactos nos resultados quanto mais insano e intenso ocorre esse imbróglio.

Décadas como executivo, consultor e conselheiro tenho me defrontado com todo tipo de “modus vivendi” dos atores da trama. Eu deveria escrever livros a respeito.

Vou limitar-me a este post. Eu não saberia lidar sendo um best seller, ou um influencer.

Guardadas as devidas proporções e minimizada parte da sandice do autor, é o que ocorre também com a Brasil S.A.

Sou mais conhecido como Agulhô, esse sobrenome catalão. Carrego duplo sentido da agulha: espeta e costura.

Vou usar isto aqui.

A Brasil S.A. tem “áreas-meio”, resumindo-as, para ficar menos dramático, que são o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outras correlatas que produzem zero de riqueza objetiva, na medida que seu escopo deveria ser suporte como um CSC-Centro de Serviços Compartilhados da vida.

A Brasil S.A tem “áreas-fim” que são as empresas e seus trabalhadores, ops, perdoem-me, colaboradores. E aqui são todos os tipos delas, independente de porte, segmento, reconhecidas ou não pelas “áreas-meio”. Poderíamos também, como fazem alguns, ofendê-las, nomeando-as como MERCADO.

Toda riqueza real e em reais é produzida pelas “áreas-fim” que, doravante, assumirei como MERCADO. Parte significativa do desempenho delas remunera o CSC, que existe para disciplinar e potencializá-las.

Só que não, na Brasil S.A.

O CSC se vê como um fim-em-si-mesmo e tem sido capaz, há décadas, de consumir recursos gigantescos da riqueza real produzida pelo Mercado. Alguns, e não são poucos, das “áreas-meio”, fazem um esforço tremendo para eliminá-lo ou dificultar ao extremo a sua excelência.

Agora de forma institucional. Antes os acertos entre as áreas-meio para se locupletarem em coalisões eram conluios de corredores, agora nas assembleias gerais tornando peças normativas. Emendas em tecido roto.

A PEC DA TRANSIÇÃO objetiva mudar tudo para ficar do mesmo jeito. Só que pior. Aumentou o preço da barganha. Façam os cálculos do que é secreto versus o que é conhecível.

Que ninguém tenha dúvida de quem pagará a conta: o Mercado, este usurpador.


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