sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

CHANCE

 


Permito-me pensar diferente daqueles que entendem que 2020 deva ser riscado da contagem do tempo. Era melhor que ele não tivesse acontecido.

Antes pelo contrário.

2020 deve ser considerado como um marco na medida que nos universaliza a todos enquanto seres humanos, únicos que temos consciência de nossa finitude.

Devíamos ter presente o óbvio: viver como se estivéssemos mortos.

Isto mesmo, assim.

A hipótese, crença inabalável ou real possibilidade que há “outra vida” para o além desta, ainda que permaneça, deve levar em conta de que esta vida agora tem fim. E ele ficou mais iminente na medida que amplificou o risco de todos em perdê-la.

E de todos, MESMO!

Assim, tornou-se urgente o viver e como quer a Rita, para poder gozar no final. Tempos atrás fomos impelidos a usar camisinha, agora máscara. Camisinhas são preservativos para aqueles restritos à um grupo de risco.

Máscara está para todos.

Perguntadas algumas pessoas em situação de risco iminente de perda da vida, sobreviventes de acidentes aéreos, doentes terminais, e outras, é quase unânime a resposta: se eu conseguir sair desta, mudo a minha vida.

Pois está posta esta questão.

Aproveitaremos 2020 se tirarmos dele o entendimento de que devíamos viver como se estivéssemos mortos.

Mesmo que advenham vacinas que abreviem o inevitável.


Até breve.


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