sexta-feira, 30 de março de 2012

BIG


Quarta-feira fomos assistir ao filme PINA do diretor alemão Win Wenders.

Ontem, fomos jantar com um casal de amigos no Restaurante OroBoro um risoto negro com lulas, regado por um Cave Rivas, tinto chileno. Em SALADA, post anterior, sexta-feira cachaça, sábado uísque, alguém poderá achar que eu sou movido a álcool, ou serei flex?

Esse blog está virando um diário. Quem poderá interessar-se por estas rotinas? Melhor ter acompanhando Fael. Para quem não sabe Fael foi o vencedor do BBB, que vem a ser o Big Brother Brasil, programa da Globo (rede nacional de TV) que acabou ontem. BBB é um show de realidades em que um grupo de pessoas, algumas incélebres e outras descérebres, entra para um ambiente confinado, fica lá por volta de sessenta dias (eu acho), disputam a permanência até ficar o último que se torna o vencedor e milionário.

Big brother para quem não sabe é personagem do livro de George Orwell 1984. Inspirado na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40, o livro não se resume a apenas criticar o stalinismo e o nazismo, mas toda a nivelação da sociedade, a redução do indivíduo em peça para servir ao estado ou ao mercado através do controle total, incluindo o pensamento e a redução do idioma.

PINA, falecida em 2009, foi uma das mais importantes coreógrafas do século XX e seu encontro com Win Wenders produziu um filme ímpar, misto de documentário, tributo e Cult. No filme, em depoimento, uma das bailarinas da companhia declara que PINA com quem trabalhara mais de vinte anos jamais lhe dissera como dançar. Para PINA cada um deve buscar sua performance e originalidade. Ela manteve em sua companhia bailarinos de todo o mundo, inclusive do Brasil.

Outra bailarina declara que para PINA as palavras não dão conta de expressar o humano, somente isto é possível através da dança. São inúmeras as cenas em que Wenders aponta essa premissa. Duas, em especial: a coreografia do grupo para as estações do ano e uma outra em que cada bailarino se coloca solitário de frente para a platéia e, com as duas mãos, puxa os cabelos desnudando por completo a face. O filme é em 3D e esta cena coloca a platéia no filme misturada com a platéia do cinema. Arte e tecnologia puras a serviço da reflexão. Genialidade, sensibilidade e inteligência puras.

O jantar de ontem foi com um casal especial de amigos com quem convivemos há quase trinta anos. Sempre que nos encontramos falamos do mesmo assunto: a vida. Filhos, trabalho, dinheiro, política, viagens (eles estão indo para a China e Tailândia no mesmo período em que vamos para Espanha e Turquia) e outros assuntos, como falar mal dos amigos comuns, que é a parte que eu gosto mais.

Ontem nossa amiga falou sobre o membro avantajado de um de seus netos (de quatro anos de idade), filho de sua filha. Algo desproporcional, reivindicada a origem pelo pai e pelo avô. Nossa amiga disse que há problemas na família. É que o outro neto( de três anos de idade), filho do filho, tem digamos um membro normal. A comparação é inevitável, gerando grandes desconfortos. Entre as avós a coisa anda pegando.

Falando nisso, Dilma vem da reunião dos BRICs cheia de idéias. Diz que vai lançar um plano para melhorar as coisas.

- “Dancem!!!” , diria Pina.

Até breve.

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