“Uma imagem vale mais do que mil palavras.”
Nenhuma obra escreveu e, jamais,
escreverá tanto sobre a tragédia humana do que aquela fotografada por Sebastião
Salgado.
A denúncia que faz seu extenso acervo
explicita que somos a raça mais cruel do planeta.
É hora de homenageá-lo assistindo
ao filme de Win Wenders, indicado ao Oscar, O Sal da Terra.
Win Wenders nos dá um soco na boca do estômago.
É impossível não se abalar com
aquilo retratado na Etiópia, em Mali, em Serra Pelada e principalmente em
Ruanda e na Bósnia, um "inferno na terra” conflitos mais hediondos da
história recente da humanidade.
Lembrei-me de quando assisti, no
cinema, ao documentário. Deixei a sala de exibição com um gosto amargo na
garganta. A miséria humana mais do que revolta, nos humilha a todos e a cada um
em particular.
No caminho de volta para casa,
como se quisesse amenizar a dor, me vi mergulhado na letra singela de Beto
Guedes, outro mineiro, da canção homônima do filme.
Era o verso da fotografia de Sebastião.
Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo nesse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar...
Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver...
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da...
Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã...
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois...
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da Terra.
Hoje morri um pouco.
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