quinta-feira, 9 de abril de 2020

INGÊNIO



Há sim um isolamento humano da contemplação. 

Por maior que seja a intensidade lunar do astro mãe, ainda assim os homens optam pela aridez com que constróem os seus caminhos.

Há seca de sentires, o amor, todo ele se transmuta em vazios.

Na imensidão do porvir uma densa e espessa névoa cinza chumbo atemoriza seres.

O coração, templo arquiteto mor da poesia, se vê em escombros, com fissuras imensas em suas estruturas, uma secura, uma tristeza, uma melancolia, suprema dor.

Ao poeta, lágrimas, lágrimas, lágrimas...

Quem sabe elas irriguem um novo solo, um barro humano de onde advenham seres verdejantes e hígidos plenos?

E o verbo volte a ser carne e habite entre nós.
E edifique majestosos templos, corações afortunados, brilhantes e cândidas mentes.

Amar, mais que intransitivo, se torne intransigente.



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