Tudo
tranquilo. Tudo certo como dantes no quartel de Abrantes.
Tudo
antigo, tanto quanto esta expressão.
Nenhum
sinal de que algo, substancialmente, se altere. Nem lá, nem acolá, nem aqui,
principalmente.
Guerras
milenares, centenárias permanecem e outras eclodem para alegria perversa dos
fabricantes, traficantes, atravessadores de armamentos.
Laboratórios
produzem patologias que se ajustem aos seus medicamentos.
As
tramas ardem.
Por
aqui, nos identificam pelo CPF, explicitando um estado (assim mesmo, com “e”
minúsculo para denunciar sua desfaçatez) que nos quer como meros contribuintes.
E o
Poder institucionaliza de forma Suprema aquilo que era secreto e orçava em
milhões e agora bilhões.
A
corrupção endêmica se constitucionaliza.
Cidades
se inviabilizam como espaço de convivência. Urbes agonizam.
Minha
cidade natal, Triste Horizonte, se engarrafa em cruzamentos traçados quando
Curral Del Rei, seus milhões de veículos, mais numerosos que seus habitantes.
A
Cultura assiste ao último show de seus ícones de uma época em que as canções
tinham letras e as músicas mais acordes, para nos acordar.
É que
fui, no domingo, com meus netos engrossar a bilheteria do COMO TREINAR SEU
DRAGÃO. Saí de lá com a ilusão renovada.
É
possível extirpar a essência do mal.
Em
duas ou três semanas a ilusão passa. Se for necessário tomo um desses
comprimidinhos disponíveis ali na farmácia da esquina.
E
volto ao normal.
O real
é o Real.