terça-feira, 27 de setembro de 2022

LIBÉLULA

 


A QUEM SE INTERESSAR POSSA

É assim que abrimos uma Carta de Apresentação.

Quem me visita, virtual e corpoalmamente, já deve saber que sou peixes. Um pé na terra e outro nas nuvens, não necessariamente nesta ordem. E o pior, intensamente.

Cravo na terra meus pés para ter solidez naquilo que percebo no campo da razão, fincando raízes nas minhas convicções fundadas em dados coletados com o maior rigor e consistência. Minha carreira profissional exigiu-me e, sobretudo agora, na posição que ocupo, força-me apurar.

Com o mesmo tesão, ou até maior, construo voos alucinados permitindo-me desejos de toda natureza, de ser poeta, de ser amante, de ser utópico e transformador de minha própria insignificância.

Durante anos guardei-me contido nas gavetas, até que um dia, impulsionado pelo Vlad, meu filho mais velho, tomei a coragem de me desnudar em palavras. Subliterei-me e passei a ser-me inteiro e desnudado em blog e aqui nesta rede alucinante.

Putz, o que revelei de mim aqui... Caramba, fico imaginando se alguém acreditasse possível, quanto me consideraria desmesuradamente translúcido.

“Resolvi sair do armário e me liberar geral. Passei a ser uma libélula esvoaçante, colorida, sensualizada e, sobretudo livre. Aviadei-me? Não e se tivesse sido, o cu é meu (pelo menos quando sóbrio, sem álcoois nas veias) e faço dele qualquer coisa além de expelir meus desnecessários.

Resolvi colocar meus anos, não anus, para além das telas frias de um computador.”

Sim, diferente de Belchior “eu quero o que a cabeça pensa, mas e sobretudo, eu quero o que a alma deseja”.

Pretinha, minha filha, escreveu em relatório para a preparatória de Jornada da Escola Brasileira de Psicanálise, instituição da qual é uma das coordenadoras na Seção Sul: “A psicanálise não coloca em questão os traumas como experiencias coletivas, mas ela quer saber como esses traumas incidiram nos corpos e na vida de cada sujeito.

Permito-me a minha psicanálise e quero assumir o meu corpo enquanto sujeito coletivo, não com a intenção de impor ao outro a minha razão, mas fazê-lo saber do meu desejo.

O meu desejo é de poder ser com as minhas idiossincrasias, minhas convicções, e minhas ilusões utópicas.

Não ficarei quetim no meu cantim, no próximo dia dois. Voarei às urnas, numa libélula azul.

 

 

 


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