sexta-feira, 19 de novembro de 2021

GÊS I

 

A essência do que quis propor no post anterior está no título.

Eu completarei em fevereiro do ano que vem sete décadas de vida. Tenho três filhos com pouco mais de quarenta anos e quatro netos entre cinco e nove anos de idade.

Sobrevivi, nas últimas três décadas, ao advento de cinco gerações disruptivas de intervenções nos meios (tecnologias) de operar a Vida. É a isto que me refiro no texto, e as suas múltiplas e avassaladoras consequências.

A tecnologia 6G talvez não me alcance, um pouco aos meus filhos, mas será determinante nos primeiros trinta anos de meus netos.

Admirável mundo novo.

Só que não. Por isto, concluo o meu texto, nomeando-o como um “porre”. O tempo não corroeu em mim o juízo moral para olhar para o mundo e interpretá-lo.

Não gosto no que nos transformamos. Se evoluímos extraordinariamente em nossas obras, a tecnologia que vimos criando avança para nos tornar autômatos insensíveis.

E sem memória, já que tudo estará “nas nuvens” a nossa disposição com amplo acesso, às mãos e instantaneamente.

A avalanche efêmera de stories não permite que se retenha significados, que se elabore, que se reflita, que por força da ausência de significados, se sinta.

Nenhum acontecimento acontece. É um tique sem toque.

O post não quis recomendar um filme, nem lembrar dos olhos maravilhosos de Franco Nero.

O texto diz que estamos e agora sob um holocausto contra a natureza, contra a cultura, contra a Arte, contra a memória, contra a moral, contra o belo, o bom e o justo e não só aqui no nosso cercadinho.

E adiante, nada há que sinalize algo distinto e redentor.

Ah, Agulhô, que porre! Conta mais storizinhos de seus netinhos, vai...


Até breve.

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